sábado, 23 de julho de 2011

DE MINHA PARTE, EU GOSTO MUITO DOS MENINOS (APESAR DE TUDO)!

Apesar de eu não gostar muito do rótulo “filme ‘gay’”, sou obrigado a admitir e anuir que muitas produções interessantes neste sentido são realizadas sob a forma de curtas-metragens. Na manhã de hoje, antes de ir para o trabalho, assisti a dois belos exemplares do gênero: o australiano “Laranjas” (2003, de Kristian Pithie) e o brasileiro “Não Gosto dos Meninos” (2011, de André Matarazzo & Gustavo Ferri).

O segundo destes filmes é a ramificação de um projeto internacional destinado a disseminar o entendimento mais basilar acerca da (auto-)aceitação da condição homossexual e, neste sentido, lembra o ótimo “Quando Eu Descobri” (2008, de Fenton Bailey & Randy Barbato, já comentado aqui), com o qual se assemelha em forma e conteúdo, visto que os depoimentos mnemônico subjetivos diante permite a identificação imediata no que tange ao espectador ‘gay’. O primeiro dos filmes, entretanto, investe numa perspectiva ficcional romântica e prenhe dos clichês adolescentes de amor platônico, mas culmina num desfecho metafórico-enternecedor absolutamente emocionante, apesar de não necessariamente surpreendente (quiçá, o extremo contrário, quando se compara com situações reais similares). Na trama, um rapaz tímido e virgem sofre um acidente ciclístico na rua e é amparado por um rapaz mais velho, que se gaba de ter muitas namoradas. Este último oferece uma laranja, enquanto café-da-manhã, ao primeiro, mas este disse que tal fruta é desaconselhável para quem utiliza aparelhos ortodônticos. Numa cena posterior, eles se beijam e o gosto de laranja passa de um para o outro. O final é maravilhoso, simplesmente maravilhoso! Apesar de relativamente trivial em sua subsunção ao rótulo ‘gay’, amei este filme, da mesma forma que considerei discursivamente muito válido o outro...

E, sobre o genial título do curta-metragem nacional, cedo a palavra a Gustavo Ferri, co-diretor do mesmo: “O nome é quase uma ironia… queríamos um título que não fosse óbvio, que não antecipasse muito a respeito de seu conteúdo. Não queríamos também um nome que tivesse cara de campanha política. a idéia veio através do que ouvimos nos próprios depoimentos. Os meninos não gostavam dos meninos, pois deles sofriam preconceitos, além de identificarem muitas vezes mais com as meninas. As garotas, por sua vez, não gostam dos meninos e sim das meninas, porque são lésbicas… então formamos o nome”. Não tem como: ainda gosto – e muito – dos meninos! (risos)

Wesley PC>

2 comentários:

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

HAHAHAHHAAH

Que máximo! Adorei o texto, e fico feliz que tenha gostado, amigo! Vou ver o "LARANJAS", parece-me muito interessante.

Mega abraço.

Pseudokane3 disse...

(risos)

Para além de qualquer rótulo, Luiz Santiago, estes eu recomendo!

Vê se encontra o QUANDO EU DESCOBRI, é ótimo!

WPC>