quarta-feira, 27 de julho de 2011

“AQUELE CANALHA PENSA QUE ESTÁ EM SODOMA E GOMORRA”...

“ – Por que chegaste tão atrasado, doutor?
-Problemas com as mulheres... É um problema danado!
- Ainda bem que eu não sofro disso...
- Pois deveria! (...) Repita comigo: ‘eu gosto de mulher, eu gosto de mulher’”...


Apesar de achar Carlos Imperial nojento, é difícil não ficar interessado em assistir a um filme com este título tão satírico e que possua, logo de cara, um diálogo tão engraçado quanto este entre um psicanalista fanfarrão e um paciente homossexual extremamente afetado que luta para se converter em heterossexual. E, apesar de este não ser o mote enredístico central de “A Banana Mecânica” (1974, de Braz Chediak), o mesmo é de suma importância para o hilário – e um tantinho surpreendente – desfecho do filme. Juro que, nalguns momentos, gargalhei tão alto que até acordei a minha mãe, que dormia em seu quarto, enquanto eu via o filme na TV da sala. Engraçado mesmo!

“A Banana Mecânica” é mais uma daquelas pérolas do cinema brasileiro que poucas pessoas conhecem. É um filme apenas mediano, irregular e picareta ao extremo, mas com cenas muito divertidas e reveladoras de um pensamento tacanho acerca da sexualidade, impositiva em seus ditames de exploração da nudez feminina. Noutras palavras: definitivamente, não consigo enfiar na minha cabeça que tantas fêmeas se sintam obcecadamente atraídas pela bizarra figura do Carlos Imperial, mas, aqui, confesso que fui tomado por um pouquinho de simpatia por seu personagem. Talvez eu tenha me identificado um pouco com sua cruzada tola contra os puderes erotógenos alheios, de maneira que achei a orgia libertadora pretendida na seqüência final prenhe de boas intenções. Eis um filme que, definitivamente, merece ser mais conhecido – e Ary Fontoura ficou uma graça de sutiã! (kkkkkkkkkkk)

Wesley PC>

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