quinta-feira, 16 de junho de 2011

VEREDICTO: UMA GRANDE DECEPÇÃO!

Como é que um filme tão sinopticamente inspirado como “A Árvore dos Sexos” (1977) pode dar tão errado?! Dirigido preguiçosamente por Silvio de Abreu e roteirizado, entre outros, pelo afetado crítico de cinema Rubens Ewald Filho, este filme tem um ponto de partida interessantíssimo: depois que é baleado em seus testículos, um barão mulherengo sangra sobre uma árvore que, anos depois, fará brotar frutos com formato de pênis (infelizmente, pouco explorados pelas câmeras do filme). Apesar do cheiro obsedante de esperma, estes frutos são devorados com fervor pelas mulheres da cidadela em que a árvore nasceu, com exceção de uma professora moralista e fervorosa, que prefere ser inaugurada sexualmente por um servente que estudou apenas até a quarta série (interpretado eroticamente pelo jovem Kadu Moliterno). Ao devorarem os tais frutos, as mulheres engravidam e, numa das poucas cenas brilhantes de todo o filme, várias adolescentes grávidas são expulsas de casa, ao som de uma ária operística, sob a acusação de terem se desviado, de estarem “perdidas”. Migram para um bordel campestre, até que, na segunda cena brilhante do filme, um surpreendente desfecho para todas aquelas gravidezes é posto em cena: ao cabo de 9 meses, as barrigas murcham como se fossem bexigas vazando! Não pude me conter e ri alto em plena madrugada! Entretanto, salvo por estas duas cenas destacadas e pelo charme cafajeste do tesudo Ney Sant’Anna, filho do cineasta Nelson Pereira dos Santos, o filme é muito ruim, popularesco, contraditório em seus juízos de valor e mal-conduzido à exaustão. Juro que me senti tentado a desligar a TV em mais de um momento, mas, afinal, os poucos bons momentos do filme compensaram tudo o que ele tem de ruim: pelo menos é curto (risos)! Não excita nem diverte efetivamente, mas merece ser investigado enquanto produto típico da Cinedistri, com tudo o que esta produtora tem de canhestra no que tange à disseminação de pornochanchadas, estas sim, dignas dos julgamentos demeritórios que o termo costuma receber nalgumas avaliações preconceituosas do egrégio e urgente cinema brasileiro...

Wesley PC>

Nenhum comentário: