terça-feira, 7 de junho de 2011

“QUEM É O CAVALEIRO QUE VEM LÁ DE ARUANDA? É OXÓSSI EM SEU CAVALO, COM SEU CHAPÉU DE BANDA”

Sabe um filme surpreendente? “Janaína, a Virgem Proibida” (1972, de Olivier Perroy) é, definitivamente, um desses! Eu até sabia que o hoje conservador Ronnie Von fora psicodélico na juventude, mas... Macumbeiro? Foi uma extraordinária surpresa! Tanto que, apesar de ter achado o filme péssimo, não pude me esquivar de considerá-lo genial! Digo mais: periga ser o filme péssimo mais genial que já vi!

Na trama estapafúrdia do filme, o cantor que o protagoniza interpreta um cantor que se desilude com o sucesso depois que algumas fãs exaltadas rasgam sua roupa num concerto. Em fuga existencial, agravada pelo fato de ele crer que fora responsável pela morte de seu irmão (um cabeludo Raul Cortez), supostamente atraído sexualmente pela mãe, ele migra para a Bahia, onde se apaixona por uma encarnação humana de Yemanjá. O resto é narração e pretensa poesia...

Na trilha sonora do filme, toca “Cavaleiro de Aruanda”, canção composta por Tony de Osanah que encabeça o disco para homônimo lançado pelo belo (quando jovem) cantor em 1972. Mal terminou o filme e eu já estava baixando o referido disco: tinha mais do que a obrigação de ouvir isto! Tanto é que, no dia de hoje, repeti este singelo conjunto de canções três vezes. Minha mãe reclamou que, quando eu “encarno numa coisa”, não consigo mais me livrar, mas o refrão da música fica na cabeça. Além disso, a suavidade com que ele conduz faixas como “Tempo de Acordar (I’ll Cry My Heart Out For You)” ou “Eu Era Humano e Não Sabia” e o esoterismo de músicas como “Hare Krishna” e “Ninguém Vai Me Segurar” atestam a qualidade adicional das canções seguintes à primeira. O disco é muito bom, Ronnie Von é muitíssimo bom! Tanto é que, enquanto cantarolava a música que calhei de conhecer primeiro na voz regravada de Rita Ribeiro, tive coragem para urinar num mictório, coisa que eu não fazia há muito tempo (risos): Ronnie Von motiva!

Wesley PC>

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