domingo, 19 de junho de 2011

PASSA PERFUME NO “ZIDANE”!

...E, pensar que, conforme relatado aqui, após um dia muito divertido, adormeci diante de alguns gênios revitalizando óperas clássicas, mas despertei segundo obrigado a tacar perfume na cara, a fim de não ser impregnado pela fumaça tóxica do ‘crack’. A vida dá voltas – e, cabe a nós, estar preparado para enfrentá-las, que nem as pivetinhas nuas no segmento godardiano do filme coletivo “Ária” (1987), que planejam esfaquear homens musculosos, apenas porque não lidam adequadamente com seus desejos sexuais desviantes. A música-tema é “Armide”, de Jean-Baptiste Lully, uma das que menos gostei no filme, mas o tratamento quase supra-realista que o diretor Jean-Luc Godard dá aos extratos operísticos selecionados fascina pela dificuldade de uma interpretação unívoca: hoje em dia, mais do que em 1987, são tantos os homens forçosamente musculosos que desfilam diante de nós. Eu particularmente não gosto muito, mas fico sem o que escolher diante da esqualidez devastadora do ‘crack’. Havia um galeguinho interiorano na festa: por que não ele?!

Wesley PC>

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