sexta-feira, 24 de junho de 2011

A MULHER, A CRUZ E A INTERSECÇÃO FÍLMICA APELIDADA DE “JUSTIFICATIVA DA CARÊNCIA”:


Eu tenho uma amiga que amo, chamada Ninalcira. Numa das demonstrações práticas deste amor, eu e ela vimos juntos “Volúpia de Mulher” (1984), dirigido pelo roteirista-mor da pornochanchada brasileira Ody Fraga. Por esse motivo, não pude esquivar-me de pensar muito nela quando vi “Erótica, a Fêmea Sensual” (também de 1984) na madrugada de ontem: a diva Matilde Mastrangi está lá, o fortão Germano Vezzani também. Ele interpreta Romeu, um gigolô. Ela é Flora, uma vipuva que ficou com uma enorme cicatriz em forma de bolacha-do-mar no rosto, depois do acidente que matou seu marido. Ele quer o dinheiro dela. Ela quer o amor de quem quer que seja. Eu me identifiquei com ela, de maneira que suspeito que também pagaria àquele gigolô musculoso para fingir que me ama – e para me foder, é claro. A solidão e a carência justificariam tais pagamentos permissivos? Não é necessário confessar que eu preferia que os sentimentos fluíssem gratuitamente, que eu encontrasse o afeto de forma mais digna e menos pornográfica, mas o mundo assolado pelo Capitalismo que nos cerca não quer assim. Eu quero! Por isso, tenho certeza de que ouviria as mesmas canções prenhes de culpa e me imaginaria crucificado da mesma forma que a protagonista: desculpa, desculpa, desculpa”...

Wesley PC>

Um comentário:

iaeeee disse...

a mulher além de erótica é sensual? kkkkkkk, belo título! quero ver! hehe