sábado, 18 de junho de 2011

DEFINITIVAMENTE, “I WANNA DO BAD THINGS WITH YOU”!

“When you came in the air went out.
And every shadow filled up with the doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you”


Por um interessante e conveniente acaso, nos últimos três dias, eu assisti a alguns episódios da segunda temporada do seriado norte-americano “True Blood”, muitíssimo mais novelesco que os mais famosos exemplares bem-sucedidos deste gênero cultural televisivo. Se eu já era fã do misto de sensualidade e distorções políticas que fez com que eu consumisse com fervor a primeira temporada, nesta segunda as tramas paralelas e pungentemente dramáticas se multiplicam em ainda mais personagens, todos eles prenhes de mistério e fascínio, a ponto de deixar minha mãe perplexa diante da TV. A orgia sexual demoníaca que se estabelece no final do episódio 6, por exemplo, é impactante, inclusive dúbia em relação ao argumento central da série, em que a sexualidade é defendida como recurso de valorização instintiva: se algumas dezenas de pessoas estejam hipnotizadas por uma sacerdotisa satânica e fodam mecanicamente numa clareira, que discurso eroticamente defensivo pode ser extraído a partir daí? Resposta possível: a ode aos desígnios da liberdade de arbítrio, muitíssimo bem contextualizados através da brilhante montagem paralela de Louise Innes, que inclui também o regresso de uma vampira malévola ao convívio forçado do protagonista vampiresco, agora apaixonado (e redimido) por uma humana, e um iminente confronto na seita dos fanáticos que formam o Instituto Luz do Dia, onde o sensual personagem de Ryan Kwanten é seduzido por uma evangélica casada e sua irmã telepata é aprisionada pelo reverendo local, acusada de ser uma consumidora voraz de V, droga alucinógena e tonificante que é fabricada a partir do sangue de vampiros. Uau!

“I'm the kind to sit up in his room.
Heart sick an' eyes filled up with blue.
I don't know what you've done to me,
But I know this much is true:
I wanna do bad things with you”


Por mais que eu tentasse disfarçar a minha empolgação diante das inúmeras reviravoltas enredísticas deste ótimo seriado criado por Alan Ball, sempre que minha mãe me interrogava acerca do caráter de um determinado personagem, ao descrevê-lo, eu reconstatava o quanto o roteiro é genial, o quanto os personagens são rico em nuanças e variações (i/a)morais. Além dos chamarizes sobrenaturais evidentes do seriado (vampiros, humanos que se transformam em animais, invocadoras de demônios, etc.) e do erotismo reinante em cada episódio, os subtextos pulsantes em cada diálogo é que me chamam a atenção: o estranho dilema em que se encontra o personagem homossexual Lafayette (Nelsan Ellis), obrigado por uma vampira a traficar novamente V, justamente depois de ser aprisionado e quase torturado até a morte por esta vampira, justamente por vender V; os ciúmes que uma garçonete acostumada a se transformar em porco desperta em seus colegas de trabalho; as variações humorísticas sempre imprevisíveis da excitante Tara (Rutina Wesley); o inusitado romance entre uma vampira recém-criada, virgem e proto-violenta e um rapaz dominado pela mãe idosa e conservadora; as razões ocultas do líder vampiresco Eric (Alexander Skarsgård), que, aos poucos, revela seu passado ‘viking’... Tudo no impressionantemente bem-alinhavado enredo deste seriado tende a nos impressionar. E, de coração, eu admito: esta segunda temporada possui clímaxes ainda mais assustadores e dramáticos que a primeira!

“When you came in the air went out.
And all those shadows there are filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.
I wanna do real bad things with you.
Ow, ooh”


Entremeando a escritura desta postagem, incluí a letra da canção “Bad Things”, composta e interpretada pelo músico estadunidense Jace Everett, que embeleza ainda mais a extraordinária abertura do seriado, à qual, não me canso de reassistir. Para quem ainda não a viu (e sabe que está perdendo uma preciosidade audiovisual), eis o ‘link’ do YouTube com a mesma: confira se vale ou não a pena conferir audiência a este brilhante (ops, sombrio) seriado depois disso... E, digo mais: ter visto este seriado, com tudo o que ele implica, nos últimos dias, foi muito mais do que providencial: foi intracardíaca e genitalmente balsâmico!

Wesley PC>

Um comentário:

iaeeee disse...

True Blood é ducaaaaaaaaaa!
Vamos fazer fã clube! hehe