quarta-feira, 4 de maio de 2011

“QUEM AMA MAIS É QUE É MAIS HUMILHADO, É QUEM MAIS SOFRE...”

- “30 anos, tu já tens é? Hmmmm... És um homem balzaquiano”, disse-me alguém que encontrei no caminho. Ri do comentário e, ao chegar em casa, liguei a TV por acaso, procurando algo para assistir com minha mãe. Deparei-me com um telefilme francês chamado “A Casa do Gato e da Raquete” (2009, de Jean-Daniel Verhaeghe), baseado justamente num conto de Honoré de Balzac. Na trama, um comerciante pouco instruído que enriquece com sua loja de lenços adota um órfão que, ao crescer, torna-se seu companheiro fiel na loja que intitula o filme. O comerciante tem duas filhas: uma mais velha e outra mais nova, obviamente. A mais velha apaixona-se pelo órfão, que, por sua vez, apaixona-se pela mais nova, que, entretanto, apaixona-se por um pintor rico, que parece corresponder a seu amor e a retrata de forma apaixonada num quadro que destaca a sua beleza. Quando o órfão ousa pedir a mão da filha mais nova e linda de seu patrão em casamento, ele oferece a filha mais velha, fisicamente ordinária, a sociedade na loja e uma grande soma em dinheiro. A mais nova, por sua vez, consegue êxito no plano de casar-se com quem ama. Um ano depois, e a mais velha está grávida, completamente feliz ao lado de seu marido, que, a esta altura, já está completamente apaixonado por ela. A mais nova, por sua vez...

Sem querer estragar o desfecho do filme, adianto que a cena final lamenta o falecimento por langor de uma jovem de 22 anos de idade. No conto original, a idade da falecida com o coração partido é 27. Seja como for, eu fiquei bastante emocionado após a sessão, enquanto minha mãe perguntava: “é só isso?”. O que mais ela queria? (risos) Sinceramente, diante deste tipo de trama, é mais do que orgulho pessoal ser tachado de balzaquiano (risos) E eu queria aproveitar a frase do título para falar de outro assunto, diretamente relacionado, mas o próprio Honoré de Balzac falaria por mim, numa citação pertencente a outra obra: “É possível amar e não ser feliz, é possível ser feliz e não amar, mas amar e simultaneamente ser feliz, isso seria milagre”. É isso, fica para a próxima, se houver!

Wesley PC>

Um comentário:

Boca da Noite disse...

Resta-nos acreditar com todoa a nossa mente no milagre.