terça-feira, 17 de maio de 2011

ATÉ EU ESTOU ESPANTADO EM ADMITIR ISTO, MAS, AO OUVIR ESTE DISCO HOJE, NÃO É QUE EU GOSTEI?!

Eu nunca fui fã do grupo Mamonas Assassinas, que, apesar de terem lançado um único disco oficial (em 1995), gozaram de um sucesso-relâmpago atroz, até que faleceram tragicamente, num acidente de avião, em 02 de março de 1996. No dia em que eles morreram, eu e meus vizinhos buscávamos água em baldes numa torneira transformada em bica pública, visto que faltara água havia mais de uma semana. Tudo bem que eu era mais um daqueles que achava o vocalista Dinho bonito, mas isto não era suficiente para que eu simpatizasse com o humor da banda, que me desagradava por ser chulo. Ontem eu ouvi por acidente um disco ao vivo da banda e, caramba, não é que eu gostei?!

Não é nenhuma novidade admitir de supetão que meu moralismo canhestro jamais me permitirá apreciar canções como “Não Peide Aqui, Baby”, “Sábado de Sol” ou “Sabão Crá-Crá”, mas “Uma Arlinda Mulher”, “1406”, “Cabeça de Bagre II”, “Lá Vem o Alemão”, “Bois Don’t Cry” e até mesmo a inusitadamente romântica “Pelados em Santos” são faixas muitíssimo interessantes, tanto no que diz respeito aos chistes inteligentes em meio à obviedade dalguns chistes do grupo quanto pelas pitorescas inserções e emulações de canções famosas de outros artistas, como as paródias de “Should I Stay or Should I Go” (do The Clash), da risada do desenho animado “Pica-Pau” ou da voz fanha do cearense Belchior. Não somente emiti diversos sorrisos amarelos enquanto ouvia o CD como fiquei impressionado com o brilhantismo sarcástico e passional dos versos abaixo:

“Soy un hombre conformado
Escuto a voz do coração
Sou um corno apaixonado
Sei que já fui chifrado
Mas o que vale é tesão...

E na cama quando inflama
Por outro nome me chama
Mas tem fácil explicação:
O meu nome é Dejair
Facinho de confundir
Com João do Caminhão!”


Putz! Então, só para que conste dos autos: hoje eu gosto dos Mamonas Assassinas. Quem diria?

Wesley PC>

3 comentários:

Jadson Teles disse...

sabe do que eu tenho medo, é ue passemos mesmo com o tempo a sentir nostalgia e com isso passar agostar de coisas que num passado ão breve soavam tão ruins pra nos, isso é uma coisa que vira e mexe nos toma enquanto reflexão dialogista, é sim um bom tema para parar e refletir não somos os mesmos é claro, mais sera que isso é suficiente para exlicar , afinal o que nos gostamos é de um passado que não volta mais, de um pedaço de tempo perdido e que resgatamos de forma a nos causar afetividade, ser que o que se toca hoje é tão ruim que por comparação as coisas´do passado soam melhor, ou menos pior? bem não duvido que até eu vnha a gostar de algumas destas faixas!
jt

Gomorra disse...

Eu concordo, entendo e reafirmo teu drama - o pior é que surpreende o fato de eu realmente ter desgostado deste disco num período em que quase todo mundo ao meu redor gostava, quando eu ainda era um guri muito imaturo (e "mal" até), sem o senso crítico para-seletivo (risos) que hoje possuo...

Mas deixa quieto, Jadão, companheiro fiel de canções de Leandro & Leonardo no Terminal DIA (kkkkk), talvez a gente sobreviva, quem sabe?

E, por ora, resisto à tentação de baixar discos de Chitãozinho & Xororó ou da Roberta Miranda...

WPC>

Gomorra disse...

PS:depois da empolgação do dia em que escrevi esse texto, já não consigo mais ouvir com o mesmo gosto o disco na íntegra, mas admito que as letras das faixas citadas me chamaram a atenção positivamente: "Uma Arlinda Mulher" é, de fato, uma fofura!

WPC>