quarta-feira, 20 de abril de 2011

DE MANEIRA QUE MINHAS MÃOS ESTAVAM TÃO SUJAS QUE EU QUIS CHORAR, PARA QUE AS LÁGRIMAS LAVASSEM AS MINHAS PALMAS!

“A situação antropológica da cultura de massa delineia-se como uma contínua dialética entre propostas inovadoras e adaptações homologadoras, as primeiras continuamente traídas pelas últimas: com a maioria do público que frui das últimas julgando adir a função das primeiras” (‘Kitsch e cultura de massa’ in: ECO, Umberto. Apocalípticos e Integrados. São Paulo: Perspectiva, 2006. Página 80).

Eis o que eu li na tarde de hoje, enquanto comia goiaba, banana e chocolate branco. Sentia que minhas mãos estavam sujas e, como tal, fiquei receoso em manipular as páginas do livro. Tentei lacrimejar, mas não consegui. Tive que lavá-las com água mesmo. Olhei para o chão e constatei que, no banheiro dos homens em que eu estava, alguém havia defecado no chão. Repito: cagaram no vão entre a privada e o lixeiro! Pensei que fosse um feto, um pedaço de bolo ou algo do gênero. Não tive coragem de verificar com mais afinco, mas era bosta mesmo. Não somente fiquei escandalizado com o que vi, como, ao transmitir a notícia para os meus colegas de trabalho, perguntaram em uníssono: “foi uma pessoa mesmo?”. Deixei a resposta em suspenso. Estava chocado. Afinal de contas, o conceito de pessoa varia de pessoa para pessoa.

Wesley PC>

Nenhum comentário: