quarta-feira, 23 de março de 2011

SE HOJE ME PERGUNTAREM, A RESPOSTA É ‘SIM’!

Quando eu inventei de ver “A Princesa de Nebraska” (2007, de Wayne Wang), as principais motivações eram o currículo dramático do diretor sino-americano e a curta duração do filme, que permitia que eu adiantasse os compromissos pendentes quando ele foi exibido. Apesar de ser um filme curto, porém, isto não o impediu de ser denso e, em mais de um sentido, vazio. Mas vazio é algo que pode (e, nalguns casos, deve) ser preenchido. E, no caso de “A Princesa de Nebraska”, o vazio foi preenchido com violência na seqüência final, que permite que a extraordinária canção de Antony and the Johnsons “Hope’s There Someone” seja executada na íntegra e atinja tanto a protagonista quanto os espectadores em cheio: e, como de praxe, eu não saí da sessão incólume...

Mais do que vazio, eu poderia tachar o referido filme de auto-vitimizador e deslumbrado, no sentido de que eu não compactuei necessariamente da angústia da imigrante chinesa que se vê obrigada a se prostituir depois que é rejeitada por uma companhia de balé e descobre que está grávida. Desesperada e sem dinheiro, ela mendiga atenção de empresários ricos em bares de ‘karaokê’, mas, quanto mais se embrenha na multidão, mas constata que é sozinha, que precisará ser completamente honesta e corajosamente sincera se quiser que alguém a ampare... E, numa cena belíssima, ela alisa a sua própria barriga quando adentra na cabine provadora de uma loja de roupas em que diversas fotografias de filmes clássicos de Jean-Luc Godard estão coladas na parede... E ela chora mais uma vez...

“There's a ghost on the horizon when I go to bed
How can I fall asleep at night how will I rest my head
Oh I'm scared of the middle place between light and nowhere
I don't want to be the one left in there, left in there”


Em outras palavras: andaram dizendo por aí que eu estava triste. A minha incapacidade física de ficar acordado quando chego em casa depois de árduas jornadas de mais de 10 horas de trabalho insiste em não me permitir demonstrar o contrário... Por isso, eu caminho. Acima de tudo, eu caminho!

Wesley PC>

Um comentário:

iaeeee disse...

essa ideia sobre sua tristeza foi plantada como uma sementinha e tá virando um jequitibá já...

take it easy boy!

see ya!