Quando eu vi este filme pela primeira vez, achei o seu tom persecutório um tanto prepotente: talvez por estar imbuído de preconceitos subconscientes, não percebi de imediato o quão prenhe de razão estava o narrador deste imponente documentário ao selecionar trechos impressionantes de legitimação do preconceito racial em telenovelas canônicas das emissoras Globo e Tupi. Revendo o filme na manhã de hoje, fiquei impressionado com o poder das denúncias apresentadas pelo diretor/roteirista/narrador. Em alguns casos, as situações de preconceito eram aberrantes: atores competentes reduzidos a personagens caricatos e/ou vilanescos por causa de suas características raciais (são tocantes os depoimentos de Milton Gonçalves, Zezé Motta e, principalmente, Léa Garcia, neste sentido); explicitação de situações em que ficaram visíveis a resistência do público audiente a tentativas autorais de democracia racial; e deturpações históricas de eventos enredísticos que abordam o tema da escravidão no Brasil. Assim sendo, modifiquei por completo a minha opinião sobre o filme: é corajoso e contundente. Recomendo!
Wesley PC>
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2 comentários:
hmmm. tá na minha lista esse. juntamente com ' muito além do cidadão kane''. 'amamos' a Globo, não? ieco.
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