segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

UMA OBSERVAÇÃO RECORRENTE SOBRE A CERIMÔNIA DO OSCAR:

Para além (ou aquém) da qualidade dos filmes concorrentes ou da justeza na entrega das láureas, o que mais me interessa na cerimônia do Oscar e faz com que, anos após ano, eu e alguns amigos de pré-adolescência reunamo-nos empolgados para assistir juntos ao evento, é que a cerimônia como um todo ainda é efetiva na celebração da Era Clássica de Hollywoodiana, quando filmes produzidos para serem prontamente consumidos pelas massas eram também prenhes de arte e reflexão, conforme se percebe nas obras-primas realizadas por Alfred Hitchcock, Vincente Minnelli e Elia Kazan, para ficar em apenas três nomes comumente reverenciados neste tipo de celebração. A cada ano que passa, porém, a cerimônia torna-se mais centrada na premiação em si e desdenha aquelas montagens com cenas de filmes maravilhosos, que fazem a alegria reverencial dos membros nostálgicos de minha geração. Na cerimônia de ontem, particularmente, foi notória e lamentável a ausência de homenagens mais demoradas a clássicos do passado, ausentes até mesmo quando um importante quarteto de figuras cinematográficas foi laureado com um honorário Oscar tardio pelo conjunto de suas obras (Jean-Luc Godard, que obviamente não compareceu à festa, entre eles!). Assim sendo, pouco importava para mim se era o filme do David Fincher ou o do Tom Hooper que levava os prêmios principais – não obstante eu preferir bem mais o primeiro que o segundo – mas a demonstração de que os estadunidenses, numericamente superiores em produção de bons filmes, têm consciência da decadência formal e estilística que avassala o seu próprio cinema. Mas eles pareceram não querer saber muito disso ontem à noite. Pena. Mas, ainda assim, eu e meus amigos divertimo-nos bastante enquanto víamos a cerimônia, conforme demonstrado na foto.

Wesley PC>

2 comentários:

iaeeee disse...

eu estava lá! hehe





Américo

Pseudokane3 disse...

Numa posição privilegiada, diga-se de passagem!

WPC>