Existem dias que se tornam históricos sem que percebamos de imediato. No dia de hoje, 11 de fevereiro de 2011, a renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak, depois de 30 anos no poder, foi o assunto mais comentado pelos novos funcionários do lugar em que trabalho. Minha surpresa, no que tange ao assunto, é que tal renúncia era comentada pelos tais funcionários como se fosse uma causa honorífica pessoal, que logo foi compreendida por mim: uma das funcionárias recém-chegadas ao DAA é muçulmana! Tanto é que, ao ler a notícia confirmando a renúncia do presidente, ela bateu palmas e exultou, dizendo que, agora, o país em que viveu o profeta Moisés tornar-se-á uma irmandade islâmica. Em seguida, ela gritou palavras de ordem em árabe, posteriormente nos explicando que aquilo queria dizer algo parecido com “graças a Deus”. A mim, restou ficar observando ela comemorar...
!الحمد لله
O detalhe pitoresco nesta historieta real é que, até ontem, nunca havia prestado muita atenção nos conflitos revoltosos que vêm se desenrolando no Egito, país este ainda muito subestimado por mim no que diz respeito à sua representatividade cultural contemporânea. Afinal de contas, sequer um longa-metragem do conhecido Youssef Chahine eu cheguei a assistir!
Ao chegar em casa, ainda neste mesmo dia, em que uma outra colega de aniversário comemorou o seu aniversário, ingeri cuscuz com leite enquanto revia um episódio antigo da série de TV “Rá-Tim-Bum” (produzido originalmente entre 1989 e 1992, com direção geral de Fernando Meirelles), um de meus programas favoritos durante a adolescência. No episódio em pauta, os quadros típicos e recorrentes do seriado se sucediam: o apresentador de telejornal que pedia para os telespectadores imitarem um galo cantando, a família nuclear que se diverte entusiasticamente em frente ao aparelho de TV, a menininha com voz engraçada que reproduz as travessuras e curiosidades de sua boneca, as crianças que repetem um trava-língua enquanto desciam de um escorregador... Tudo aquilo me pareceu tão nostálgico: este programa faz parte de minha (micro-)História!
!هذا البرنامج التلفزيوني هو جزء من قصتي
Wesley PC>
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Um comentário:
agora me pergunto como ficarão as coisas por lá...
longe, bem longe de uma democracia...
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