sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O TRUQUE DE CAIR NA ROTINA E, DENTRO DELA, SAIR DELA (OU FAZER DE CONTA)!

Minha mãe despertou a mim e a meu irmão, na manhã de hoje, com a programação de uma emissora de rádio especializada em horóscopos e música sertaneja. Por mais que eu evitasse ouvir as admoestações a cada um dos signos (por motivos já evidenciados aqui), ouvi algum comentário sobre a necessidade de se ter uma boa rotina de vida, a fim de dormir-se bem à noite. E, nesse sentido, eu fiquei contente: sou um homem que cumpre rotinas. Cada vez mais, meus horários de dormir, acordar, comer e defecar estão equiparados de um dia para o outro!

No caminho para o trabalho (outro componente com horário fico em minha rotina diuturna), ouvi novamente um disco que descobri na semana passada: “...Maravilhosa” (1972), da “ternurinha” Wanderléa. Como se pode antever a partir da maquiagem da fotografia de capa, neste disco ela se despe dos clichês femininos da Jovem Guarda que lhe tornaram famosa: abre o disco com a regravação de um belo lamento ‘hippie’-brega (“Mate-me Depressa”, de Rossini Pinto), segue com a citação de uma famosa versão de “Banho de Lua”, na voz de Celly Campello, como metáfora para as conotações sinonímicas das palavras falta, fossa, ausência e saudade quando se está exilado (“Back in Bahia”), e obtém êxito cômico na sua versão para “Uva de Caminhão”, de Assis Valente, em que repete várias e várias vezes, cada vez mais rápido e com a voz mais aguda, o trecho abaixo:

“Já me disseram que você andou pintando o sete
Andou chupando muita uva e até de caminhão
Agora anda dizendo que está de apendicite
Vai entrar no canivete, vai fazer operação
Oi que tem a Florisbela nas cadeiras dela
Andou dizendo que ganhou a flauta de bambu
Abandonou a batucada lá na Praça Onze
E foi dançar o pirolito lá no Grajaú”


Impossível não emitir risadinhas marotas com esta boa imitação de Carmen Miranda (risos). Segui em frente no disco e, apesar de a cantora ser exitosa nas versões das canções que fazem parte deste disco significativo (e infelizmente obscurecido) de sua carreira, fica a dúvida sobre este ser um trabalho rotineiro ou não. Mas faz bem ouvi-lo enquanto se caminha em direção a mais um árdua rotina, desta vez, a trabalhista. Vou ouvi-lo mais vezes, portanto!

Wesley PC>

Um comentário:

tatiana hora disse...

kkkkkkkkkk
música engraçada!
hum.. às vezes estabeleço rotinas com uma disciplina militar, e ai do nada dá a doida kkk
enfim...
obrigada pelos votos de que tudo dê certo!
beijos