sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

É MELHOR FICAR SOZINHO DO QUE AO LADO DE ALGUÉM QUE NÃO SE CONTROLA?

Respondo com uma interjeição duvidosa: oh!

Por onde começar: acabo de ver “Namorados Para Sempre” (2010), de um tal de Derek Cianfrance, filme sobre um casal que jura que se ama, mas que briga, briga e briga. Numa cena, ela chora porque encontrou a cachorrinha de sua filha morta. Ele apenas reclama: “eu não te disse várias vezes para fechar o portão?”. Mais tarde, quando ele vai enterrar o corpo do canídeo, é a vez dele chorar. Ela diz que sente muito. Ele: não sinta”!

Antes: no trabalho, dois homens com idade mais avançada conversavam sobre um professore recém-falecido, que calhava de ser homossexual. “Deus que conserve a alma dele num bom lugar”, disse um dos homens, “mas eu senti muita raiva dele quando, numa fila de banco, ele reclamava que os letreiros expostos em locais periféricos eram repletos de erros de português”. O outro:antes de ele se atrever a corrigir alguém, ele devia corrigir a si mesmo. Por que, ao invés de ser um homossexual, ele não era um homem normal como os outros?!”. O primeiro: “a questão não é nem esta. A sexualidade dele é uma coisa íntima”... E eu quedava-me calado, enquanto vasculhava o histórico de navegação de um computador, em busca de “indícios” alheios...

No filme, o casamento do casal está decaindo. Ele é Ryan Gosling, zelador, estouvado, macho. Ela é Michelle Williams, enfermeira, impecável em sua interpretação, de mulher que desistiu de tudo para ficar ao lado de um homem, depois de ter mais de duas dezenas de parceiros sexuais. Numa cena, ela desiste de um aborto. Noutra, ela reencontra um antigo namorado na seção de bebidas de um supermercado. Ajuda dizer que ela achou que ele estava mais gordo? “Ele é um fracassado, querido”, tenta se justificar para seu marido irritado. É melhor ficar sozinha num caso como este?

E eu quedava-me calado... O filme nem é tão bom, mas, climaticamente falando, arrasa corações, faz pensar, faz pensar que é difícil escolher... E se fosse eu, o que faria ou diria? No original, o título do filme é “Blue Valentine”. Devia ter previsto que seria triste. A minha não queria ter um casamento infeliz e cheio de rancor como o dos seus pais. E eu lembrei de um amigo meu...

Mas não só nele... Pensei em minha mãe também. Minha mãe que, desde que me entendo por gente, esteve só, sem um namorado, marido, paquera, ‘peguete’, ou algo do tipo... Minha mãe... Dizem que eu pareço com ela. Pareço com ela...

Wesley PC>

4 comentários:

Michelle Henriques disse...

Estamos em sintonia.
Acabei de postar algumas linhas sobre esse filme. Mas vc se expressou infinitamente melhor do que eu.

E vc fala da sua mãe de uma forma tão bacana que eu fico curiosa de conhecê-la! :)

Pseudokane3 disse...

(risos)

Apesar de não ter gostado taaaaaaanto do filme, a Michelle Williams e a trilha sonora do Grizzly Bear arrasam...

Doeu mesmo!

E sim, estamos em sintonia!

E minha mãe, minha mãe...

WPC>

A. Everton Rocha disse...

Eu estava justamente pensando em escrever sobre esse filme e engraçado seria diferente a forma como você abordou aqui. Mas esse filme apesar de não ter comparação e de serem tão diferentes um do outro é para mim como o The single man, me refiro a sensação final deixada pelo termino da sessão, me tocaram bastante os dois, mas como você disse não é tão bom, em algo e como esse algo que é para mim tão-tão-tão menos importante que o todo que compõem a pelicula fílmica, continuam os dois no quesito bom, muito bom. Espero que tenha compreendido. Como te contei no fotolog estava com saudade de você. Beijos e que mais postes como esse venha por cá me instigar.

Americo disse...

ei, lembra q eu achei q esse era um filme com o Ewan McGregor e vc disse q era? kkkkkkkkk. Não foi engano meu, existe um filme com eles dois chamado "Incendiary'', que eu não vi tbm, já viu?