sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

PESSOAS VELHAS NÃO SE SEPARAM?!

A pergunta fará muito sentido para quem ver “Minhas Mães e Meu Pai” (2010, de Lisa Cholodenko), filme a que eu assisti meio que por acaso e que me encantou fortemente. Numa leitura superficial do enredo, talvez eu não suspeitasse do quanto ele seria pungente: a filha mais velha de duas mulheres bem-casadas (interpretadas por Anette Bening e Julianne Moore, magníficas) completa 18 anos e decide conhecer o homem que doou o esperma através do qual ela foi concebida. Uma situação familiar deveras corriqueira, no patamar contemporâneo, mas que se desdobra em situações encantadoras no plano dramatúrgico.

Numa das minhas seqüências favoritas, os filhos do casal de lésbicas interrogam-nas acerca do porquê de as mesmas apreciarem filmes pornográficos homossexuais masculinos, ao que uma delas responde: “nós, mulheres, temos uma sexualidade de caráter internalizado. Por isso, eventualmente gostamos de vê-la manifesta em algo externo, como um pênis”. Noutra situação, uma das mães pensa que seu filho de 15 anos é ‘gay’ e, não o sendo, ela lamenta que ele seja tão insensível. Num terceiro momento, a mais sisuda das mães, que é médica, percebe que possui um gosto musical similar ao seu doador de esperma e começa a cantarolar, emocionadamente, “A Case of You”, clássico interpretado pela canadense Joni Mitchell, cujo talento inspirou o nome de batismo da filha dela. Em mais de um momento, beirei o choro durante a projeção: o filme é de uma beleza surpreendente, magnificamente interpretado e com um roteiro que tem muito a dizer sobre as novas configurações e, quiçá, contradições da família hodierna. Recomendo!

Quanto à pergunta do título: ai, ai...

Wesley PC>

Um comentário:

Jadson Teles disse...

foi um filme que realmente detestei, familia odierna, o filme não tenm força, drama familiar é um dos meus generos favoritos e um dos mais dificeis de fazer ou por cair no cliche ou ficar no raso como esse, não ha momento algum que ache o filme interessante e o fato da defesa exacerbada pela familia contemporanea e seus novos moldes não me convence e acho ainda deturpação ideologica, fora que é de um moralismo absurdo! odeio por exemplo a cena que os meninos brigam com o pai pois ele " os traiu". superficial, moralista e retyrogado, uma boa ideia em mãos pueris.....