segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A PARTIR DE ONTEM, EU SOU UM HOMEM SEM CABRITA?

Por motivos vários (entre eles, a compulsão por chifrar a porta de nosso quintal e o relacionamento mal-sucedido com um bode muito mais jovem do que ela), a nossa cabrita Sganzerla – que minha mãe e meu irmão mais velho insistiam em chamar de Ninguém – foi levada de nossa casa na tarde de ontem e agora vai viver numa fazenda improvisada, localizada no município de Barra dos Coqueiros. Temo que, em seu novo lar, ela não seja tão bem-tratada quanto foi enquanto viveu entre a família Castro, mas todo este processo de transferência de caprino me fez lembrar o doce filme brasileiro “A Oitava Cor do Arco-Íris” (2004, de Amauri Tangará), em que um garotinho perambula pelas ruas de uma cidade que não conhece, a fim de tentar vender sua cabrita de estimação e conseguir dinheiro para comprar um remédio para sua avó doente.

Infelizmente, este filme mato-grossense foi pouquíssimo visto, apesar de já ter sido exibido na TV aberta, mas é de simpatia e carisma deveras elogiáveis e, como tal, merecia melhor sucesso tanto comercial quanto de público. Na cena em pauta – uma de minhas favoritas e mais tocantes do filme – o garotinho, maravilhosamente vivido pelo novato Diego Borges, arrepende-se de ter vendido sua cabrita Mocinha e invade a casa de um moço rico para recuperá-la, deixando a devida soma em dinheiro que recebera no local em que o animal estava amarrado. O desfecho do filme é onírico e emocionante. Tomara que minha cabrita esteja bem...

Wesley PC>