segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ALGUMAS OBVIEDADES SOBRE A PREMIAÇÃO DO GLOBO DE OURO, ANTES DE DORMIR (COMEÇA OFICIALMENTE A TEMPORADA HOLLYWOODIANA DE PREMIAÇÕES):

Durante a divertida cerimônia de entrega dos prêmios da imprensa internacional de Hollywood neste domingo à noite, algumas constatações recentes vieram à tona, sendo esta a mais determinante: a qualidade da safra estadunidense cinematográfica 2010 não é das melhores, ao contrário do que se manifesta na tela pequena. De 10 em 10 segundos, os apresentadores da premiação confirmavam-me isto, através de trechos e da recepção calorosa a obras televisivas elogiadas como “The Boardwalk Empire” (à qual ainda não tive a oportunidade de assistir), “The Big Bang Theory” (“bazinga!” – kkkkkk), “The Big C” (cujos dois primeiros episódios eu vi ontem, na HBO) e, principalmente, “Glee”, que recebeu três prêmios importantíssimos e mais do que merecidos, em minha opinião.

Porém, como o assunto principal do evento é mesmo Cinema, conformamo-nos com o brilho sorridente de Anette Bening, sendo premiada por um filme a que eu ainda não assisti [“Minhas Mães e Meu Pai” (2010, de Lisa Cholodenko), sobre um casal de lésbicas que recebe a visita súbita e exigente do doador de sêmen de seus filhos], mas que acredito ser muito bom; com a subestimação compreensível de “Cisne Negro” (2010, de Darren Aronofsky – vencedor do arrasador prêmio de Melhor Atriz para a fabulosa Natalie Portman) e “127 Horas” (2010, de Danny Boyle), dois dos melhores e mais intensos filmes norte-americanos do ano, sou obrigado e voluntário a admitir; com a merecida homenagem ao veterano Robert De Niro, aplaudido de pé por muitos minutos; e com as menções a outras obras que não são totalmente conhecidas do grande público, como “Carlos” (2010, de Olivier Assayas), originalmente concebido – e premiado – enquanto minissérie de TV.

Por outro lado, apesar de eu ser um fã particular de “A Rede Social” (2010, de David Fincher), não acho que ele mereça algumas das láureas que vem alavancando ao redor do mundo: a trilha sonora é ótima, mas não funciona tão bem incidentalmente; as atuações são irregulares, ora brilhantes, ora ofuscadas; e o roteiro e a direção são extraordinários, mas difíceis, árduos, de maneira que eu quase deixo de entender o porquê de este filme está fazendo tanto sucesso popular e entre os críticos. Mas, ainda sendo obrigado e voluntário a admitir, o melhor filme estadunidense do ano passado até então é mesmo “Toy Story 3” (2010, de Lee Unkrich), concorrente imbatível nas categorias animadas. Cômico e melancólico nas medidas certas!

De resto, é isso: que venha o Oscar, dia 27 de fevereiro de 2011, a publicidade a ele atrelada, a valorização de filmes que, de outra forma não seriam tão conhecidos [“O Vencedor” (2010, de David O. Russell), superestimado; e “O Discurso do Rei” (2010, de Tom Hooper), ainda não visto, por exemplo] e tudo isto que faz com que consumidores de cinema comercial confundam-se com apreciadores contumazes de cinema numa temporada de premiações muito divertida e amplamente benéfica no plano da difusão hollywoodiana. Para mim, é um bom começo. Costuma(va) ser, aliás!

Wesley PC>

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