sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A VELHA PERSEGUIÇÃO, A MINHA ESTRANHA VERGONHA EM CONFESSAR QUE EJACULEI NA PRIVADA DA CASA DO VIZINHO, A COMPULSÃO PELO FRACASSO, A PREOCUPAÇÃO...:

“A FILHA DE FRANKENSTEIN” (1971, DE MEL WELLES): Quando o seu pai é assassinado pela criatura que ele mesmo ressuscitou a partir do cadáver de um assassino enforcado, uma cirurgiã que fora subestimada a vida inteira por ser mulher resolver continuar o seu trabalho. “Não deixarei o nome do meu pai chafurdar na infâmia”, diz ela. “Teu pai morreu e tu preocupas-te mais com o seu nome”, questiona seu marido. E ela dá de ombros e procura um empregado rude de seu pai, que chantageia a oferecer seu corpo em troca de serviços. “O preço que tu pedes é muito alto”, diz ela. “Tu não precisas te preocupar em apagar apenas uma noite de tua memória. Por mais que tu sintas repulsa por mim, tu podes tomar um banho demorado e estarás como nova mais uma vez”!

Aí o telefone toca: “o professor disse que é para a gente estudar muito. Estamos quase reprovados”, disseram-me alguns colegas de grupo, numa atividade insuportável de um professor displicente. Pouco me importei com isso, ou assim fingi. Desliguei o telefone e continuei a ver o filme.

Em dado momento, a cirurgiã diz que, apesar de amar a inteligência de seu marido, sente-se mais atraída pelo corpo de um abestalhado que trabalha no celeiro. “Por que tu não matas nosso empregado e eu transfiro teu cérebro para o corpo dele? Seria a comunhão perfeita entre tua inteligência e a beleza de nosso reles serviçal”. Na sala de operação, ela titubeia: “e se eu falhar?”. Se tu falhares, eu estarei dando a minha vida por ti, que é quem eu amo, responde ele. Pronto. Próximo... Mas não havia próximo. Era quase meio-dia. Tinha que almoçar, tomar banho, ir para o trabalho. E, se eu falhar, ao menos terei amado.

Wesley PC>

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