domingo, 19 de dezembro de 2010

• UMA CITAÇÃO, À GUISA TITULAR: “IMPUREZAS DO MUNDO NÃO ME ROÇAM/ NEM A FÍMBRIA DA TÚNICA SEQUER”...

• Uma dedicatória:para meu querido Werlinho, a quem tanto devo. Eis que tento ressarci-lo com todo o meu amor. Amo-te! A ti presenteio, fazendo uso do romance que mais amo. Um pouco de mim, para ti!”. Era uma amiga de infância, que sobrevivera bravamente às minhas amizades de infância;

Um título e um subtítulo: “O Primo Basílio – Episódio Doméstico”. Era o português Eça de Queiroz, em 1878, legando ao mundo um de seus romances mais famosos, em que a expressão singular “episódio doméstico” revela-se, desde já, como um coletivo de pequenos episódios domésticos, que se somam, mesclam-se, encantam e preocupam;

• Uma advertência: “no livro do Eça de Queiroz, há também um personagem chamado Reinaldo, Wesley! E este personagem é importante. Não é como o Reinaldo que aparece em ‘Hamlet’, de William Shakespeare”. Assim me disse um terceiro Reinaldo, ciente do poder que o seu próprio e simples nome tem sobre mim e sobre as projeções de identificação inversa que depositarei sobre este livro, há muito desejado e agora plenamente saciado por minha amiga de infância, Mara Jane, a quem amo em retorno.

• Uma época de recepção: assim sendo, às 16h do décimo nono dia do mês de dezembro deste ano da graça de Nosso Senhor, eu inicio a leitura deste precioso romance realista. Consumi os dois primeiros capítulos, equivalentes a cerca de cinqüenta páginas e 1/8 do romance completo. No trecho até então lido, conheci os percalços íntimos dos personagens, seus recatos e seus preconceitos. E, num sábio joguete metalingüístico, um dos convidados da protagonista Luísa, que em breve será infiel, narra uma peça teatral de sua autoria, em que uma adúltera é lançada ao escárnio público: merece ela o perdão ou a morte? O marido de Luísa proclama impiedosamente: “sou inteiramente pela morte!”. Meu coração lateja mais forte neste instante. Quantas emoções ainda me esperam!

• Um parágrafo longe de ser conclusivo: não sei se por sorte ou por mera contingência, o personagem de nome Reinaldo ainda não surgiu no romance. Mas, de alguma forma estranha, este nome é o que grita mais alto a cada página. Tenho muito a ler ainda. Desligarei o computador. Que venha a noite!

Uma assinatura pessoal: Wesley PC>

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