sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

SEMPRE SE PODE DESCER O NÍVEL UM POUCO MAIS!

É nesse tipo de situação que eu me lembro de um famoso chiste recorrente dum professor de Filosofia amigo meu, que, ao comentar a subsunção voluntária à decadência por parte de algumas pessoas, acrescenta: “quando se pensa que estas pessoas já desceram de nível o suficiente, elas retiram uma pazinha dos tornozelos e cavam mais!”. Eis como eu me sinto agora, depois de ter sobrevivido à sessão de “Os Vampiros Que Se Mordam” (2010, de Jason Freidberg & Aaron Seltzer), pseudo-paródia apologética dos filmes “Crepúsculo” (2008, de Catherine Hardwicke) e “A Saga Crepúsculo: Lua Nova” (2009, de Chris Weitz), respeitando, inclusive, a linearidade narrativa de ambos os filmes, sendo muito pouco cômica em relação à já ridícula concepção da cinessérie. São apenas 82 minutos de duração, mas... Como demoraram a passar!

Apesar de a atriz principal (Jenn Proske, iniciante e recém-graduada em Teatro pela Universidade de Boston) ser realmente boa e estar visível e compreensivamente constrangida na maioria das seqüências e de eu ter gostado da canção interpretada pelo Marilyn Manson (“If I Was Your Vampire”) que é executada durante os créditos finais, o filme não presta porque: a) tem como base para suas piadas algo que já não presta; e b) ri de si mesmo, crente de que assim riríamos também, conforme se destaca na seqüência em que uma alcatéia descamisada de lobisomens assume que faz parte de um grupo dançante ‘gay’. Por que razão eu vi este filme? Por que eu me submeto a este tipo de coisa? Apesar de isto já ter sido motivo de várias brigas intelectuais com o autor da frase acima, sinto como se eu precisasse estar constantemente “vacinado” contra estas execráveis abominações da Indústria Cultural e, partindo de minhas crenças homeopáticas, a vacina e o veneno se confundem, visto que tendo a me interessar carnalmente por pessoas que se interessam por estes produtos e, como tal, preciso ter assunto com elas, nem que seja para falar mal... O ciclo de relações e justificativas é infindável e talvez inconvincente, mas é pessoal. Por isso, não reclamarei. Ao invés disso, comemorarei: eu sobrevivi não somente à então trilogia fílmica baseada em romances adolescentes da Stephenie Meyer(da qual, não li nenhum livro) como também ao abjeto “Os Vampiros Que Se Mordam”! Mas, só por precaução, é melhor ver algo que presta da próxima vez (risos)...

Wesley PC>

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