sábado, 25 de dezembro de 2010

PROPAGANDA ESPÚRIA DAS LOJAS AMERICANAS:

Na madrugada de hoje, um interlocutor frasal desejou-me “boas compras” natalinas, acrescendo o desejo escrito com várias onomatopéias de gargalhadas (KKKK). Era uma piada, facilmente compreensível e de muito bom tom sarcástico, na situação que ele e eu encontrávamo-nos no momento: ele, confinado numa festa em que canções pornográficas eram executadas sob um pretexto natalino troncho; eu, sofrendo o que sofri nas descrições imediatamente anteriores. Para além de eu achar graça ou não na referida piada, foi-me um alento sentimental deveras particular: tu que vem daquele interlocutor me faz bem e, como tal, lembrei-me de um episódio comercial recente, acontecido no interior de uma das filias das lojas fundadas em 1929, pelos norte-americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger: um rapaz foi comprar chocolates, enquanto outro ficou lendo o exemplar do livro de Máximo Gorki que acabara de comprar. Entre um e outro, várias pessoas, R$ 5,00 e uma porrada de sentimentos assimétricos. Para infelicidade de um deles, talvez a fila tenha sido rápida demais. E, por receio de irritar o outro com suas obsessões fotográficas incompreendidas, a contemplação haverá de ser mais mental do que material: o temor borrou a imagem, mas não obliterou os intentos passionais que se forçavam respeitosos. “Ele nunca tentou te agarrar a pulso, não?”, contou-me ele, transmitindo um receio externado por um parente. “Não, não, ele é uma boa pessoa”, disse-me ele, como sendo esta a resposta típica e defensiva a meu respeito. E, além dos chocolates, eu comprei alguns DVDs virgens nas Lojas Americanas, em 21 de dezembro de 2010.

Wesley PC>

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