terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PARA O MEU PRÓPRIO BEM, “TANTO A FAZER EM TÃO POUCO TEMPO”...

Ainda há pouco, vi frustrado o meu anseio de assistir a um filme ‘pop’ fubenga que eu queria ver num canal fechado. Meu irmão chegou do trabalho, para almoçar, e ligou a TV num canal esportivo. Preferi não criar um conflito desnecessário, visto que ele tem mais necessidade de estar afastado do tédio do que eu. Deixei ele para lá e declinei de meu anseio. Afinal de contas, filmes ‘pop’ repetem-se com freqüência, mais cedo ou mais tarde, estarei vendo o filme que acho que quero ver...

[PAUSA]

Escrevi o parágrafo acima às 13h12’. O filme que eu desejava ver começara às 13h. Às 13h18’, olhei para o lado e percebi que meu irmão já estava quase dormindo, em minha cama. Não pensei duas vezes, afastei-me do computador, peguei o controle remoto da TV e sintonizei no canal fechado FX, onde estava sendo exibido o filme que eu achava que queria ver: “Os Estragos de Sábado à Noite” (1998, de John Fortenberry), protagonizado por um Will Ferrell em início de carreira. Suspeitava que o filme fosse ruim, mas insisti em vê-lo mesmo assim. Guardava uma memória afetiva de seu título nacional, visto que, além de apreciar paródias fílmicas bem-feitas, foi um dos primeiros títulos que vi anunciado numa exibição local, quando entrei para a universidade. Para meu desagrado, porém, o filme não somente é demasiado sem graça, como não tem quase nada de paródico, sendo muito inferior ao esquete do programa humorístico de TV “Saturday Night Live”, do qual deriva. Mas não me arrependo de ter visto o filme. Eu queria...

Para cada filme extraordinário que vejo, cinco ou sete filmes ruins o circundam. É como se eu precisasse deles para manter um certo equilíbrio qualitativo, como se meus parâmetros avaliativos só pudessem ser considerados “honestos” se eu me submetesse também a ver filmes ruins. Por isso, os vejo, mesmo sabendo que eles são ruins. E, confesso: às vezes, me surpreendo com 2 ou 3 deles, ao detectar protótipos de inteligência sub-reptícia obnubilados pelas fortes exigências mercadológicas dos mesmos. O que me leva a outro dilema: se disponho de um tempo tão restrito para ver meus filmes, não seria o caso de ser um pouco mais seletivo? Sim, ousaria dizer, mas, desde pequeno, sempre tive medo de confundir os significados pragmáticos de seletividade e preconceito.

Pelo sim, pelo não, sou bastante seletivo não somente em relação ao que vejo ou ouço, como em relação ao que faço como um todo. E, nestes quatro dias finais do ano 2010, ainda tenho tantas pendências artísticas para compensar... Tenho muito o que fazer ainda, mas que isto não implique que estou (in)satisfeito com o que já fiz até então. Não me suicidarei este ano, garanto! Nem que eu precise repetir isto para mim mesmo 517.012 vezes por dia!

Wesley PC>

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