domingo, 12 de dezembro de 2010

NAQUELE QUARTO, NÃO TINHA MUITO ESPAÇO PARA ELA, MAS ELA ENTRA ASSIM MESMO!

Não sei se eu já contei este detalhe aqui, mas minha família e os vizinhos que me conhecem desde pequeno costumam me chamar de Léo. Por quê? Talvez porque, para eles, o prenome anglofílico-metodista que minha irmã mais velha depositou sobre mim não fosse suficientemente indicador de carinho, sei lá. Sei que, se alguém perguntar por Léo na esquina da rua em que moro, o respondente apontará para minha casa.

Pois bem, para além da coincidência nomenclatural destacada no parágrafo anterior, ontem eu senti muita vontade de ver um filme uruguaio exibido numa mostra de cinema internacional, esta semana, de passagem por Aracaju. O nome do filme era “O Quarto de Leo” (2009, de Enrique Buchichio) e, na maioria das cenas, o protagonista lida com sua inadmissão homossexual particular, seja no que tange ao medo de confessar que não consegue ter ereções com sua namorada porque gosta de homens, seja na argüição “existencial” com que aborda um rapaz que conhece através de um endereço eletrônico de relacionamentos virtuais (vide foto). Porém, o que fez com que o filme realmente se tornasse marcante para mim foi uma personagem secundária, vivida pela graciosa Cecília Cósero, a depressiva Caro, colega de infância do protagonista.

Aos poucos, a trama do filme interrompe a perspectiva dominante e mentirosa do protagonista para entendermos a dor que aflige Caro e, em minha cena preferida do filme, ela chora copiosamente quando sua irmã pergunta se a cafeteira elétrica está funcionando. Motivo: ele passeava com seu sobrinho quando este morre em decorrência de um acidente, do qual ela não teve culpa, mas que precisava se culpar eternamente. Um choro cortante, um choro muito mais relevante que as crises abichalhadas do protagonista. E, não só por esta cena, o filme mexeu comigo também. Cheguei em casa pensando nele, fui tachado de antipático (vide postagem imediatamente anterior) justamente por causa disso. Talvez seja o melhor filme uruguaio que vi até então. Recomendo!

Wesley PC>

4 comentários:

Americo disse...

A cena do choro realmente foi linda...

Pseudokane3 disse...

A minha preferida...
E justamente porque tu estavas ao meu lado e fez com que eu pudesse atrelá-la a uma pessoa real. Passe este filme para tua amiga, por favor!

WPC>

Americo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Americo disse...

passarei sim! ^^