quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

“I'D NEVER SING OF LOVE IF IT DOES NOT EXIST/BUT, DARLING...: YOU ARE THE ONLY EXCEPTION!”

A única exceção. Ponto. Isto que vemos a atriz Léa Michele interpretar no segundo episódio da segunda temporada do seriado “Glee” é uma canção do grupo Paramore que eu não conhecia. É a melhor canção do quarto disco oficial com a trilha sonora do seriado, que, no plano musical propriamente dito, está bastante inferior aos três discos anteriores, mas, no plano enredístico, cabe aqui um insolúvel dilema avaliativo: não consigo deixar de gostar deste seriado porque ele é realmente bom ou somente porque eu me identifico deveras com os altos e baixos depressivos de seus personagens? Definitivamente, eu não consigo responder. Mas, assistindo aos últimos episódios lançados, não pude conter algumas lágrimas, que agora me soam fúteis, porém verdadeiras: este seriado me emociona pessoalmente, ele fala diretamente a pessoas como eu, ele nos atinge!

Tive várias insatisfações com esta segunda temporada – principalmente em comparação com a altissonante empolgação da primeira – mas, corrigida a minha relutância em baixar os novos episódios e o mais recente disco com a trilha sonora, eu me emocionei. E foi verdadeiro. Juro que estou tentando me envergonhar de mim mesmo enquanto confesso isto e que estou me esforçando sobremaneira para não atrelar a referida emoção a um ou dois eventos em particular, relacionados a uma mesma pessoa, mas, como estamos já em meados de dezembro, o mês do ano que mais me apavora por causa da tristeza atroz que me toma quando percebo que “não faço parte” de nenhum grupo em particular – algo que, no restante do ano, é-me motivo de orgulho – não tem como esconder minha fraqueza: sou influenciável, vivo em função de idiotices, sou um demente perenemente apaixonado, que disfarça suas crises de otarice passional-obsessiva através de uma pletora grafomaníaca de textos e resenhas que, se parece ainda dotada de interesse, é porque, graças a Deus, eu não minto. E, por não mentir, mostro-me como sou – e “ser como se é” é bom, é digno!

Interessante também que os melhores episódios desta temporada iniciaram-se com motes que tinham tudo para dar errado: num deles, o capitão de time de futebol americano do colégio, desejado por várias mulheres e pelo menos um homem, descobre uma queimadura em formato de Jesus Cristo no seu pão torrado e passa a questionar sua própria religiosidade a partir daí; noutro, a para-vilanesca líder das líderes de torcida descobre, num endereço eletrônico destinado a relacionamentos virtuais, que o único par romântico que a complementa é ela mesma e, como tal, decide casar consigo mesma. Idéias aparentemente idiotas, em ambos os casos. Desenvolvimentos elogiosamente dramáticos nos dois!

E, por mais que eu tente distrair minha mente com anseios e problemas diferentes dos que me perturbam agora (uma dor aguda em meus globos oculares, quiçá advinda de mais uma complicação de minha sinusite; as saudades previamente sentidas de alguém que vai embora e que talvez eu jamais encontre ou que talvez volte a falar comigo; a consciência responsável de que, se eu quero realmente que minha família disfuncional permaneça unida, eu devo anular minhas próprias reivindicações sentimentais), estes anseios e problemas voltam o tempo inteiro – e são eles que me constituem enquanto eu mesmo. Por isso, não é mal-vindo o clímax traduzido da supracitada canção do Paramore:

“Eu tenho um forte controle sobre a realidade/
Mas não posso deixar o que está aqui, diante de mim/
Eu sei que tu vais embora pela manhã, quando eu acordar/
Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho/
Pois tu és a única exceção, a única exceção”


Ou talvez não a única, que seja, mas a que realmente importa agora!

Wesley PC>

3 comentários:

André Mans disse...

ficou com medo de spoiler
eu não vi nada da segunda temporada
gosto de ver tudo de uma vez em dvd

bj!

Americo disse...

preciso ver os epísodios de GLeeeee, lol


E essa música do Paramore eu já sabiiiia, tá bem famosinha, e agora com o Gle ficou bem mais... tem clip, já viu?


Américo!

Gomorra disse...

(risos)

Não, não vi.
Eu até tenho um disco do Paramore, mas não sei se tem esta canção...
Mas ficou linda demais na voz da doida da Rachel...
E este seriado esculhambou comigo.
Eu esculhambo comigo, aliás!
Ou contribuo para que esculhambem comigo, sei lá!

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