segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EU, JOVEM, FAZENDO A MINHA PARTE!

Neste final de período letivo 2010/2, aderi ao mais trivial dos clichês universitários: a subsunção involuntária ao atolamento de trabalhos pendentes. Motivo: por alguma razão desprezível, pelo menos três quartos dos meus professores deste semestre decidiram protelar as únicas atividades correspondentes à avaliação disciplinar para a última semana de aula, de maneira que, além de redigir a biografia laudatória de um gracioso e irritável ser humano, preciso entrevistar a dirigente de uma casa de oração de umbanda, dissecar a estrutura organizacional de uma ONG sergipana que luta pelos direitos dos homossexuais, explicar, com minhas palavras, o que é “a cultura da convergência” e investigar os benefícios da rede social cibernética que atende pelo nome de TakingITGlobal. Tudo isso em três dias. Tudo isso valendo de 0 (zero) a 10 (dez). Quase tudo isso em grupo, o que equivale a dizer que me sufocarei triplamente, em razão de minha conhecida tendência ao suicídio enquanto líder. Estou lascado!

Por outro lado, se eu conseguir sobreviver a esta bateria atroz e deseducativa (por causa da pressão avaliativa disfuncional) de trabalhos acadêmicos, prometo que converterei os trabalhos bem-sucedidos em textos de interesse coletivo, visto que, com todos os defeitos de apresentação, este tipo de exigência rotineira faz com que nós, alunos, entremos em contato com realidades objetais que desconhecíamos até então. Exemplo: até outubro deste ano, eu nunca havia sequer ouvido falar do TakingITGlobal, e hoje descubro que, desde 1999, esta versão virtual de uma ONG canadense de intervencionismo global é “uma das mais bem-sucedidas ferramentas de conscientização juvenil acerca de problemas democráticos e de carência tecnológico-informativa do mundo” (sic). A quantidade de petições, fóruns de discussão, campanhas em prol das mais diversas causas sociais e congêneres disponibilizada no ‘site’ da ONG é impressionante, para o bem e para o mal, visto que, em muitos aspectos, parece vitimada por modismos, visto que, para ficar em apenas um exemplo esdrúxulo, num segmento discursivo intitulado “Cultura e Cidadania”, eu acompanhei uma discussão sobre a relevância da assunção da masturbação feminina na defesa da cidadania. Acho que sou demasiado purista no que tange aos usos sociais da Internet (risos). Abaixo a proibição do direito de acesso à pornografia comercial!

Wesley PC>

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