segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DO ATO DE FALHAR...

Apesar de estar me graduando em Jornalismo, não é comum eu me sentar diante de uma TV para assistir a programas noticiosos. Minha mãe, por outro lado, costuma deixar a TV ligada em volume altissonante, a fim de acordar eu e meu irmão, para que possamos ir para os nossos respectivos empregos. Na manhã de hoje, ainda sonolento, ouvi uma notícia peculiar, que muito me interessou: um rapaz, depois de ter se decepcionado num relacionamento romântico, tentou acabar com a própria vida, atirando duas vezes contra a própria cabeça. Não morreu. Está internado num hospital, em estado grave e, quando se recuperar, será preso, visto que atentar contra a própria vida, segundo a Constituição brasileira, é um ato criminoso. Conclusão: além de ser preso, ele vai ser extremamente vigiado, para que não tente se suicidar novamente. Pós-conclusão: a vida é um direito individual, mas também é um sério dever estatal!

Tentei encontrar uma ilustração artística que metonimizasse bem a angústia que me tomou diante desta notícia. Motivo: apesar de eu ser pessoal e radicalmente contra o suicídio, a tentação (leia-se fraqueza) é eventual. Diante do episódio de estréia do seriado televisivo “The Walking Dead”, visto no último sábado, eu (enquanto espectador) e um dado personagem (enquanto protagonista ativo) compartilhamos o pavor de estar cercado por zumbis, debaixo de um automóvel. Agoniado que eu e ele ficamos diante da dor possivelmente resultante das mordidas fatais dos mortos-vivos, atirar contra a própria têmpora pareceu uma solução atenuante diante do tormento dorido. Ele pede perdão imaginário a sua esposa, que não vê faz tempo, e atira. O que acontece? Só vendo o seriado ou acompanhando os telejornais para saber. A vida é assim mesmo!

Wesley PC>

Um comentário:

tatiana hora disse...

eu acho um absurdo isso...
indo pra prisão ele só vai ter mais vontade de se matar!