sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O TRABALHO DIGNIFICANDO O HOMEM...

Hoje fui visitado por duas grandes amigas lascivas no local em que trabalho. Conversamos sobre absorventes femininos, fotografamo-nos, comparamos óleo de dendê com anzóis e sorrimos em voz alta. Eram quase 17h e eu estava trabalhando há quase 6. Mas não era de cansaço que eu reclamava. Divirto-me bastante em meu local de trabalho, salvo incidentes dolosos, como o que descrevi ontem. Era tristeza que eu sentia, uma tristeza que, afinal de contas, era egoísta, como costumam ser as tristezas. E, enquanto eu trabalhava, o motivo imaginário de minha tristeza arranjava trabalho também. Tristeza é um troço egoísta!

No local em que trabalho, costumo ser tanto xingado quanto elogiado. Anteontem pediram para falar comigo, ao telefone: “gostaria de falar com aquele menino divertido, quase careca, com o cabelo comprido”... Ontem, eu fui denunciado à Ouvidoria como “meio ‘punk’”. No meio de uma breve discussão com minha mãe, na manhã de hoje, eu disse que estava atrasado para “a desgraça do trabalho”. “Não fale assim, filho!”, pediu-me ela. E eu prontamente me retratei. Estamos em dezembro. É o medo da depressão natalina.

E, por ser um dos poucos setores da Universidade que funcionam a contento em vésperas festivas, terei que apegar-me sobremaneira ao trabalho nos dias que se seguem. Estou triste, mesmo sabendo que é um sentimento egoísta. É egoísta, mas não consigo controlar. Deve passar, se eu me mantiver ocupado. Estou ocupado, portanto. Mas hoje eu ganhei um livro aqui no trabalho: “Confissões de um Comedor de Ópio” (1821), do britânico Thomas de Quincey. Quem me deu o livro? Um formando de Psicologia, que disse que ficou muito satisfeito com a minha “prestatividade”. Fiquei contente com o gesto. Agradeço publicamente: OBRIGADO!

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

às vezes me sinto culpada por estar triste, porque, assim como você, considero a tristeza egoísmo.
no entanto, acho que a culpa é um sentimento ainda pior do que a tristeza.
então às vezes acho que é digno estar triste, e que tudo que posso fazer é lutar pra seguir em frente, mas não me culpar...

Gomorra disse...

Eu e tu somos irmãos, Tatiana, não é possível! A diferença é que eu me culpo muito!

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