domingo, 14 de novembro de 2010

“OSANNA, SANCTUS DEUS SABAOTH, SUPERILLUSTRANS CLARITATE TUA/ FELICES IGNES HORUM MALACOTH!” (‘PARAÍSO’, CANTO VII)

E, assim, penetro com Dante Alighieri, o personagem onírico, e sua amada Beatriz nos meandros do “Paraíso”, derradeiro estágio de “A Divina Comédia” (publicada no século XIV). E, se no “Inferno” e no “Purgatório”, deambulamos juntos através de vários ciclos contíguos de expiação e sofrimento, no céu, a escalada redentora legitima a mesma contigüidade. Ainda estou à porta do terceiro céu, o céu de Vênus, depois de ter encontrado os religiosos no céu lunar e os famosos no céu de Mercúrio, tendo recebido a honra de ouvir, da boca pia de Beatriz, a solução responsiva para a questão do poder que a violência exerce sobre a vontade de outrem, através dos seguintes e belos versos:

“Se a força existe quando alguém a usa
Em nada o que a padece alarga ou cede,
Não se segue daí que a alma se escusa,
Pois a vontade, que não retrocede,
É como o fogo que ressurge ardente
A cada vez que a ventania o impede.
Quem aceita a opressão nela consente;
As que viste o fizeram, lado a lado,
Deixando de ir ao claustro novamente”.


E eu tomo esta como minha primeira grande lição neste tomo derradeiro de uma das obras mais célebres da Literatura Mundial. Amo a Deus, bem como às suas criações na Terra. E, dentre estas, conforme já anunciado, minha Beatriz tem nome de tio e de homem. E que me venham agora os ensinamentos das almas confinadas no terceiro céu, aquelas que, “sensíveis ao amor físico, lograram obter, contudo, a salvação”. Magnificat anima mea Dominum!

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

“sensíveis ao amor físico, lograram obter, contudo, a perdição”

Pseudokane3 disse...

(risos)

É o que eu e tu chamaríamos de "piada interna", né?

Trechos selecionados a dedo, sempre e sempre!

No canto XXII, Jesus aparece!

WPC>