quinta-feira, 11 de novembro de 2010

NÃO, NÃO, A INTENÇÃO ERA MATAR UM PADRE!

“Mas, que sei eu, se não há nenhuma outra coisa diferente das que acabo de julgar incertas, da qual não se possa ter a menor dúvida? Não haverá algum deus, ou alguma outra potência, que me ponha no espírito tais pensamentos? Isto não é necessário; pois talvez seja eu capaz de produzi-los por mim mesmo. Eu então, pelo menos, não serei alguma coisa?” (parágrafo quarto da segunda meditação cartesiana – “Da natureza do espírito humano; e de como ele é mais fácil de conhecer do que o corpo”)

Como sói acontecer, depois de uma madrugada de muita alegria temente a Deus, acordei moído pelo que parece ser uma conseqüência previsível da desobediência soporífera. Faltei à aula que deveria ter às 7h, mas uma colega de turma se prontificou em avisar que a professora não veio. Escutei um pouco de música ‘pop’ catalã e resolvi ir fantasiado para o trabalho, vestindo uma roupa intitula “eu não sou aquilo que eu não sou”: sapato social com um buraco do lado esquerdo, por onde se pode ver a meia; camisa de botão completamente amassada; perfume masculino diferente do que estou acostumado a usar. Como já estava atrasado, resolvi ir de ônibus. Mas teimavam em matar um porco perto de onde eu estava. Muitas mulheres grávidas atravessavam a rua para comprar pães. E eu sentia Deus. E lembrava que, quando ainda era uma criança elitista, tinha Fred Zinneman como um dos meus cineastas favoritos. E, com isso, eu mato a charada: ao contrário do meu interlocutor trifásico das postagens anteriores, desacredito que o relativismo seja o maior problema do mundo. Aí, ele vira as costas para ler. Quem sou eu para dizer que as atitudes de quem quer que seja são erradas?!

Wesley PC>

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