quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ENQUETE 2 DE 2: SE EU FOSSE UM DEFICIENTE MENTAL, TERIA O DIREITO DE MASTURBAR-ME À BEIRA DA PISCINA E SER AJUDADO POR UMA LÉSBICA?

Seguindo com minha investigação pessoal acerca da abstinência virginal de sexo, finalmente vi “Heat” (1972), a terceira parte da famosa trilogia sobre o ‘white trash’ norte-americano, protagonizada por Joe D’Alessandro, dirigida por Paul Morrissey e produzida por Andy Warhol. E, se aqui o protagonista já não é mais vítima de sua beleza e de sua tendência nata ao gigolonato, como nos dois primeiros filmes, o recém-adquirido “alto conceito (sexual) de si mesmo” permite que ele extraia dinheiro e serviço de diferentes pessoas, desde a mãe solteira que pensa que é lésbica e o ricaço afetado que anda com uma suçuarana pela mansão até a dona de pensão gorda com cabelo volumosamente crespo e a atriz falida que força uma similaridade enredística com o clássico “Crepúsculo dos Deuses” (1950, de Billy Wilder), cujo conhecimento do assassinato final (que, na verdade, é anunciado ainda na primeira cena) fará com que o espectador gargalhe no desfecho deste novo filme, quando faltam balas no revólver que é disparado contra o cafajeste galã.

Neste último filme da trilogia, Joe D’Alessandro é quase coadjuvante, tamanha a quantidade de personagens verborrágicos e o roteiro espalhafatosamente paródico, sem a autenticidade crua dos dois primeiros filmes. Tanto é que a cena mais interessante deste filme é quando a filha lésbica da atriz que enlouquece por Joe – numa atuação muito mais firme e realista (no sentido hollywoodiano do termo) que as anteriores – conversa com o rapaz que costuma queimá-la com pontas de cigarro e depara-se com o irmão deficiente deste masturbando-se a seu lado. Impressionada que fica com o tamanho da ereção dele, ela resolve chupar seu pênis e facilitar, assim, uma ejaculação que nunca chega. O tipo de situação que acontece todos os dias, em todos os locais, venhamos e convenhamos.

Neste filme, a beleza física do protagonista está tão mais acessível e pudica que a resposta à existência da tal abstinência virginal de sexo pode ser equiparada a uma paráfrase de líder espírita local que, pregando em defesa da existência de almas mediúnicas, creiamos ou não nelas, disse que “os seres desencarnados são como as bactérias: nos não as vemos, mas não podemos negar que elas estão lá, em toda parte – e podem nos afetar!”. Em outras palavras: qualquer coisa pode existir e nos afetar, se assim quisermos. E, por mais que eu não tenha, nem de longe, gostado tanto deste terceiro filme quanto dos outros dois petardos anteriores, não pude deixar de me ver refletido na personagem sôfrega da Sylvia Miles, que fica tão obcecada por seu gigolô que se rasteja no chão, quando acaba seu dinheiro, interesse central dele, suplicando que ele não vá embora. Mas ele vai... E esta é a abstinência de que falo, a que mais me preocupa, a que tem menos a ver com a manutenção de uma prática genital fisiologicamente desgastada e mais com a concorrência desleal que pessoas que fazem uso traiçoeiro de sua beleza, apelos capitalistas materiais, drogas lícitas ou ilícitas e jogos eletrônicos operam na vida de quem ama. E eu sou um destes...

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

kkkkkkkkkkkkkkk
a pergunta do título é ótima
lembrei do comentário q uma evangélica certa vez fez aqui em casa:
" as pessoas com deficiência mental geralmente são safadas".

ao que eu respondi:

"é que elas não tem tanta repressão em suas mentes como nós"

será?

Gomorra disse...

kkkkkkkkkkkkkkk

Perfeitas respostas extraídas da realidade em si (risos)

WPC>