sexta-feira, 22 de outubro de 2010

QUANDO EU LACRIMEJO NA CHUVA, É COMO SE DEUS CHORASSE AO MEU LADO...

Assim me fez pensar minha mãe, desde pequeno, quando imbuiu minha mente voluntariamente impressionável com suas explicações mitológicas para os fenômenos naturais do mundo maravilhoso que nos cerca...

E, se hoje projetos de lágrimas escorreram de meus olhos, estas se devem fundamentalmente à audiência a mais uma bela versão cinematográfica do clássico literário de Victor Hugo, “Notre-Dame de Paris”, publicado originalmente em 1831. Se eu já havia me emocionado sobremaneira com a versão dirigida em 1939 por William Dieterle (para mim, a melhor de todas até então!) e com a ousadia de Gary Trousdale & Kirk Wise em transporem esta trágica narrativa para o universo animado infantil em 1996, a versão ora vista, realizada em 1923, sob o nome de “O Corcunda de Notre-Dame", por Wallace Worsley, tocou minha sensibilidade por motivos que transcendem a narrativa. E lá fora chovia...

Existem algumas diferenças sinópticas entre este filme e as demais versões vistas (não li ainda o romance original, o que devo remediar o quanto antes!), mas o que mais apreciei aqui foram as minúcias descritivas em relação a personagens secundários, em respeito ao talento descritivo audaz do escritor Victor Hugo. Em dada seqüência do filme, por exemplo, descobrimos que a Côrte dos Milagres é assim chamada porque lá, “os ‘cegos’ voltam a enxergar e os ‘aleijados’ voltam a andar”, em menção aos falsos deficientes que mendigavam em Paris e reuniam-se às noites neste local. E é lá que se encontrava Esmeralda, filha seqüestrada de uma aristocrata agora enlouquecida, noutro detalhe suprimido nas versões posteriores. E ela dá água a Quasímodo, no momento em que ele mais precisa de alento, mas é incapaz de trazer-lhe a redenção plena... E o final aqui é diferente, mas talvez seja consolador. Talvez!

Ao final da sessão, ainda tentando recolocar minhas idéias e sentimentos no lugar, organizando as informações desta versão e comparando-as com as diferenças cabais dos filmes posteriores, sentei-me em frente à casa em que resido e enviei uma mensagem de celular, sintetizando meus pareceres elogiosos sobre o livro que ainda não li, mas que tenho certeza de que é uma obra-prima. E chovia. E gotas d’água caíam sobre a tela de meu aparelho. Se entrassem em minha garganta, eu poderia ser infectado com amebíase. E mesmo que as gotículas que caíam do céu pudessem emular lágrimas apenas pretendidas, o júbilo tomava conta de mim. Afinal de contas, Lon Chaney, intérprete apaixonado do apaixonado Quasímodo, não pronunciou o aforismo trágico que eu tanto temia e previa; “por que eu não nasci feito de pedra que nem estas estátuas?”. Mas ele não pronunciou... E júbilo é estar perto de quem se ama!

Wesley PC>

6 comentários:

Debs Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Debs Cruz disse...

Quasímodo...
Que nome gostoso de infância =]
Pena que só assiti a "versão da Dis/ney",
até hoje.

Pseudokane3 disse...

Não necessariamente uma pena...
Eles mudaram muito a trama, lógico, tornaram-na impossivelmente FELIZ, mas, ainda assim, muito boa!

E sim, tia, que nome gosto de infância. Pois foi antes dos 15 que eu vi minha versão preferida deste filme... E como chorei ali. Como!

Pois eu não era feito de pedra que nem aquelas estátuas...

E sou muito menos agora!

WPC>

Debs Cruz disse...

*assisti, Disney, etc
escrevi td errado.
É a cerveja rs

O nome e algumas imagens do filme não me saem da cabeça.
Poxa! Mainha levava a gente pra ver filme,
e comprava alguns tb.
Num tinha me dado conta disso.
kkkkkkk

Cê assistiu Anastácia? Da Disney tb?
Um dia desses, em Aju,
lembrei duma música que ela canta
"Calma coração, que eu tenho a coragem
Afinal já estou aqui"
Cê lembra?
É tão bonita essa cena.
Rafael não lembrou da música não.
Tem certos filmes/animações que parece que vi ontem
Vou começar a revê-los,
pra ver se vou gostar ainda.

Debs Cruz disse...

E eu tb não.
Feliz, ou infelizmente em certas situações
Eu tb n!

Pseudokane3 disse...

Eu gosto muito de ANASTASIA. Apesar de muita gente ter raiva dele por causa do que fizeram com o Rasputin (risos)

Mas o melhor é mesmo O REI LEÃO. Identificava-me roxamente com o vilão Scar.

WPC>