domingo, 31 de outubro de 2010

PRETO-E-BRANCO AOS 29 ANOS DE IDADE:

Dentro de algumas horas, o canal aberto TV Brasil (transmitido em Sergipe através do sinal da TV Aperipê) exibirá um filme chamado “A Cara que Mereces” (2004). Não posso arriscar-me a dizer que será o filme ótimo que penso que seja, mas filiando-se à tradição portuguesa juvenil inventiva e sendo dirigido por Miguel Gomes, responsável por um dos melhores filmes a que eu e alguns amigos vimos recentemente, conforme pode ser lido aqui. Pois bem, recomendo-o de coração.

A fim de tornar a recomendação mais pessoal, dois estratagemas pessoais:

1- Reproduzir a sinopse do filme, conforme constante na página virtual do canal em que o mesmo será exibido: “O longa de estréia do português Miguel Gomes é a próxima atração do Cine Ibermedia que a TV Brasil exibe no domingo (31), às 23h [horário de Brasília]. O filme gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos. O filme busca convencer o protagonista do dogma: 'Até os 30 anos, tem-se o rosto que Deus lhe deu: depois disso, tem o rosto que se merece'. Na data do aniversário, Francisco adquire sarampo e fica de quarentena e, assistido por sete amigos, se vê induzido a uma série de questionamentos cômicos de sua infância”;

2- Comparar o contexto colorido das reminiscências cômicas e melancólicas que o argumento enredístico do filme indica com o meu próprio cotidiano socialmente claustrofóbico, haja vista que também beiro os 30 anos de idade e, se hoje tenho a cara que Deus que me deu, torço para que a mesma mantenha-se depois que eu receber a efígie por mim merecida, dado que, finalmente, gozo de uma positiva satisfação quando vejo o meu corpo nu. Talvez eu não precise me estender muito na explicação de como me é sobrevivencial esta satisfação, no sentido de que já fui muito vitimado na adolescência por ser fisicamente desengonçado e hoje me surpreendo ao ter ereções quando olho-me despido diante do espelho. Se eu não fosse eu, eu me apaixonaria por mim mesmo, num contexto menos egocêntrico do que parece. Amo-me por completo, mesmo assumindo defeitos recorrentes e quiçá aberrantes, e, por isso mesmo, sinto-me apto a amar outrem. Amo-me, amo-te, amo-vos, amo-o. E, neste último caso, ficar bonito nu ou vestido talvez de pouco adiante.

Mas, deixe quieto: não é tempo de lamentações. Estou ansiosíssimo pelo filme e, prometo: depois que vê-lo, deixarei uma síntese de minhas impressões na trilha de comentários desta postagem. Até daqui a pouco, portanto!

Wesley PC>

2 comentários:

Pseudokane3 disse...

Conforme prometido, meu comentário sobre o filme: ótimo, porém bizarro. Logo, genial, ainda que de apreciação não óbvia!

Tudo o que o Manoel de Oliveira tem de classicista ou de emulador da 'nouvelle vague' à la Resnais, estes carinhas lusitanos mais jovens (Miguel Gomes à frente) têm de pôrras-loucas. Uma esculhambação, mas uma belezura. Me fez pensar bem na cara que terei a partir do ano que vem (risos)...

WPC>

Je~~ disse...

"'Até os 30 anos, tem-se o rosto que Deus lhe deu: depois disso, tem o rosto que se merece'"

Me faz lembrar q a mto tempo atrás li justamente dizendo q o auge da beleza masculina está nos 30 XD

E estás bem artístico nessa foto, qnd li "me veja nu"... fiquei apreensivo, mas está bem respeitável. Parabéns pela foto, pelo post e pelo filme XD