segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ÓTIMO DISCO DO DIA (E A DESNECESSIDADE DE DIZER O PORQUÊ):

“Once in a house on a hill
A boy got angry
He broke into my heart
For a day and a night
I stayed beside him
Until I had no hope”


Uma das ex-moradoras de Gomorra já havia me recomendado demoradamente as canções da islandesa Emilíana Torrini, de quem eu só conhecia “The Gollum’s Song”, belíssimo lamento sonoro que encerra o ótimo filme “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” (2002, de Peter Jackson). Não lembro agora porque encasquetei de baixar o disco “Love in Time of Science” (1999) ontem, mas a letra de “To Be Free”, acima acostada, o videoclipe de “Baby Blue” e a pujança dolorosa que atende pelo nome de “Dead Things” tornaram-se referências cabais para o dia de hoje, em que acordei sob o signo de um problema financeiro familiar que me impedirá de viajar para um congresso universitário sobre diversidade sexual que me seria muito relevante. “Bad things, dead things, sad things have to happen sometimes”, diria a cantora, em meio aos barulhinhos que caracterizam suas baladas tristes. Tenho mais é que concordar com ela neste aspecto.

Ouvi compulsivamente este disco repetidas vezes na tarde de ontem, depois que recebi uma carona automobilística enquanto aguardava um ônibus para voltar para casa, depois de ter votado, e adentrei a madrugada de domingo para segunda-feira ouvindo novamente este disco balsâmico, que agora me será eternamente companheiro de lembranças conformadas acerca do papel que desempenho enquanto membro apaixonado de uma família ostensivamente disfuncional. A cada dia que passa, gosto mais e mais daquelas pessoas, por mais que seus próprios problemas eventualmente me arrastem num rol de dependência resolutiva de conflitos. Tenho uma mãe perdulária, um irmão viciado em ‘crack’, outro irmão aidético, uma irmã adventista com 7 filhos, uma marreca com as duas pernas quebradas, uma cachorra recém-parida com diarréia, uma cabrita imperiosa e muito amor para dar. Talvez isso me baste por ora...

“It shouldn't hurt me to be free
It's what I really need
To pull myself together
But if it's so good being free
Would you mind telling me
Why I don't know what to do with myself”


Wesley PC>

Um comentário:

Gomorra disse...

Ah, sim, e a comparação com a Björk é inevitável, mas o estilo dela é mais compassado... Enquanto a Björk é doida! Amo!

WPC>