quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O EXERCÍCIO DA PRÁTICA POLÍTICA (DIÁLOGO)

Conforme determina o senso comum, diante da felicidade comemorada ontem, esta postagem deveria coroar o arco inferior de minha ciclotimia. Este deveria ser um texto sobre tristeza – que foi o que realmente senti por alguns minutos, entre 18h04’ e 18h45’ de hoje, para ser mais preciso! – mas, como diz uma famosa canção católica de harmonia entre congregantes, “o mundo dá tantas voltas – ooooooooh! – a gente vai se encontrar. Saiba que eu sou teu amigo e quero tua mão apertar”. Não deu para apertar a mão dele, mas, nos “esquemas” íntimos que se sucederam à sua partida, eu fui convidado pelo meu subconsciente a sentar numa cadeira de auditório e prestar atenção ao que a professora Délia Crovi, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), falava...

Cheguei atrasado e desavisado ao evento e, portanto, precisei de alguns instantes para me situar. O tema da exposição da professora era algo que ressaltava a validade das intersecções ativas e teóricas entre o marxismo e a Comunicação Social. Citando um depoente peruano, ela destaca que, ao contrário do que acontece com outros conglomerados nacionais, o que há de mais comuns entre os países e traços culturais latino-americanos é a sua latino-americanidade essencial. Tautológico, eu sei, mas prenhe de sentido. A professora estava falando de política aplicada no âmbito mesmo da vida social mais particularizada. A professora citou Paulo Freire. A professora falava nossa língua, mesmo que estivesse se manifestando em espanhol!

Ao final de sua fala, alguns alunos de meu curso ergueram o microfone e suas críticas severas às limitações curriculares do Jornalismo conforme ensinado nas universidades. Críticas severas (e razoadas) foram endereçadas aos professores da UFS, sendo que alguns deles saíram do auditório neste instante, e, para minha surpresa, também direcionadas contra o suposto conformismo institucional de José Marques de Melo, paraninfo contemporâneo do Jornalismo brasileiro, presente no recinto. Exultei politicamente neste instante! Por mais que eu discordasse de alguns pontos ou estratagemas discursivos postos em xeque por aqueles colegas de curso, eu me senti representado enquanto reclamante naquele instante. E foi bom não ter ido para casa, me lamentar na mesmice prevista pelo ditado popular “dia de muito riso é véspera de muito choro”. Que bom que o meu choro, se vier realmente à tona, pode ser irmanado com o choro de outrem, que enfrentam problemas tão latino-americanos e universais quanto os meus. E, para além de eu ter chegado muito atrasado – e desavisado, insisto! – à palestra da tal Délia Crovi, gostei do que ela falou... Por pouco, eu não a aplaudi! E eu não era só “eu” ao pensar nisso... Eis aqui mais uma tentativa!

Wesley PC>

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