terça-feira, 21 de setembro de 2010

O PRIMEIRO FILME DE CINGAPURA QUE EU ME LEMBRO DE TER VISTO!

Na manhã de hoje, faltou energia na Central de Processamento de Dados da UFS. Conclusão: não tínhamos como acessar Internet em nosso horário de almoço. Convidei, portanto, um colega de trabalho a assistir comigo um filme sobre o qual eu nada sabia, exceto o título, a duração, a nacionalidade (que eu supunha, equivocamente, que era australiano) e um sub-tema (a homossexualidade de algum personagem, visto que quem me passou o filme é aficcionado por obras de conteúdo ‘gay’). O nome do filme era “Solos” (2007) e, ao contrário do que eu pensava, era cingapurense e quase irrelevante no plano da apologia homoerótica, não obstante algumas cenas de maior impacto sexual, conforme percebemos em foto.

De curtíssima duração (apenas 77 minutos), este filme dirigido por Loo Zihan & Kan Lume não possui diálogos. Apenas situações tipicamente vinculadas à incomunicabilidade oriental, como confrontos entre tecnologia e solidão. Num determinado momento, uma mãe solitária retira as escamas de um peixe usando um cutelo. Noutro, o filho dela trai o companheiro longevo com um amante. Quando o “marido” flagra-o fazendo sexo com outro, não se faz de rogado: tira a roupa e se mete num ‘menáge à trois’. Mas os parceiros logo se cansam dele e levantam-se para trepar no banheiro, enquanto o outro finge estar dormindo, para atenuar seu coração ferido. As cenas reais são em preto-e-branco. Possíveis idílios oníricos dos personagens são coloridos. Mas não ouvimos as suas vozes. No máximo, alguns choros.

Nem é um filme tão interessante assim (parece um plágio reduzido do que poderia se chamar, num afã tipológico, de fórmula à la Tsai Ming-Liang), mas é um filme de Cingapura. E eu não vi só. E é sobre gente triste. E é visualmente muito bonito. E tem uma trilha sonora exígua e eletronicamente eficiente. E é triste. E é real. E é bonzinho. E eu não vi só. E hoje é terça-feira. E a vida segue...

Wesley PC>

4 comentários:

Debs Cruz disse...

Ai é alguém observando?
Foto bonita pra porra!

Pseudokane3 disse...

Este é o segundo imediatamente anterior ao "flagra": o marido entra, com um copo na mão. Pensamos que ela vai gritar, matar algum dos dois amantes... mas ele se aproxima calmamente, com o rosto triste, tira a roupa, toca na bunda do cara que está metendo no cu de seu marido e... É isso, faz o que tem que fazer!

O menino que estava comigo até comentou, jocosamente: "numa hora destas, aquela canção do Mamonas Assassinas, sobre corno, ia cair bem, né?". E eu pensei, como sempre: "e se fosse comigo?". Ai, ai, Gomorra de meus pecados e lembranças...

Beijo, tia!

WPC>

Pseudokane3 disse...

PS: e o filme é lindo, lindo... Tod ele!

WPC>

Debs Cruz disse...

Hunm...
Mais uma coisa pra você passar pra mim.

Fiquei mei confusa com sua descrição da cena...

"Faz o que tem que fazer" é ótimo
kkkkkkkk

Quantas referências!

"E se fosse comigo?"
Acho que preciso me perguntar isso mais vezes.

Lembranças e pecados em/de Gomorra?
Ontem foi o dia!
Tava revendo umas fotos e tal.

A benção!
Cheirão!