sábado, 21 de agosto de 2010

“TENCIONO FALAR SOBRE UM ASPECTO EM PARTICULAR DAS HORAS EM QUE PASSEI NESTA FESTA INFORMAL EM SEGUIDA”...

Não sei se já contei este fato, mas é um daqueles encontros casuais que pareceram bobos na sua execução, mas que me marcaram sobremaneira: numa tarde qualquer, eu saía do trabalho em direção a minha casa, mas estava com tempo livre, não tinha nada agendado para fazer naquele horário (coisa rara em minha vida de burocrata – risos). Deparei-me com um conhecido ditado numa bancada de cimento e parei para conversar com ele, que puxou um livro de sua mochila e disse que preferia que eu fosse embora, pois ele considerava um desperdício de tempo conversar com transeuntes amigáveis, quando poderia estar lendo ou “aprendendo” algo...

Sei que ele estava sem razão quando proferiu esta justificativa de expulsão (hoje, por exemplo, ele vive dopado, em razão de algumas patologias psicológicas), mas, por algum motivo, aquelas palavras se enfurnaram nalgum lugar recôndito de minha mente, retornando em instantes (in)convenientes de meu dia-a-dia, quando estou a interagir ou a me divertir entre amigos, colegas ou vizinhos. Foi o que aconteceu ontem, quando eu comia torta doce com refrigerante em comemoração ao aniversário de uma vizinha recém-dilacerada por um término de racionamento amoroso. Era importante que eu estivesse ali presente, fiz com que muitas pessoas sorrissem e sorri também, mas algo de psicologicamente patológico me empurrava para casa (“tens que terminar o livro que estás a ler, tens que ver algum filme, etc.,...”). Por sorte, eu raciocinei e ponderei as minhas opções: “por que eu teria que ir para casa transformar em obrigações o que me diverte se eu estava a me divertir bastante por ali?!”. Felizmente, entendi que não tinha que ser obrigado a nada pelo lado “demoníaco” de minha pseudo-consciência. Fiquei na tal festa até as 23h59’ de ontem e, ao chegar em casa, dormi. Dormi pelas 8 horas que se seguiram e não me arrependi: acordei disposto, sorridente, pronto para ler os livros que quisesse, os filmes que me aprouvessem e valorizar como se deve as companhias humanas que me cercam todos os dias... Ponto reticente.

Detalhe: o conhecido pirado que citei no primeiro parágrafo deste texto apareceu em meu trabalho há alguns dias, completamente alucinado, e começou a reclamar sobre algo que não poderia ser resolvido no setor em que trabalho. Repeti para ele várias vezes: isto não se resolve aqui!” e, em virtude do escândalo causado por minha reação enraivecida, minha chefa perguntou-me: “ele é doido, Wesley?”. Respondi na lata: “sim!”.

Wesley PC>

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