segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOBRE AS DIFICULDADES EM (NÃO) SER BOM...

Apesar das evidências em contrário, ser bom e ser mau são conceitos relativizáveis. Explico: o que pode ser bom para uma pessoa (mijar na boca durante um ato sexual, por exemplo) pode muito bem ser péssimo para outra (e, neste caso específico, geralmente o é). Neste fim de semana mais recente, fui acusado de ser mau, muito mau, quando só queria ser bom. Fui tachado de invasivo e assediador quando só queria desculpar-me por ter sido efetivamente mau num julgamento empregatício enviesado. Recebidas as acusações, liguei a TV e vi “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita” (1970, de Elio Petri), um dos filmes mais geniais que já vi neste sentido, em que um poderosíssimo agente policial e político assassina a sua amante e, por mais que tente incriminar a si mesmo como autor do crime, evidências contrárias sempre são implantadas em virtude de sua alta posição social. Ele luta para ser preso em dado momento, mas o sistema não permite seu encarceramento. Frank Kafka foi requisitado, portanto, como ferramenta literária acessória à crítica pungente do filme. E eu ficava a me questionar, por fora: serei eu bom? Terei eu boas intenções?

Wesley PC>

Um comentário:

Debs Cruz disse...

Algumas vezes, sim... noutras não!
kkkkk