segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PAUTA DO DIA: O CONCERTO DE DADO VILLA-LOBOS NA UFS, AMANHÃ À NOITE

Para uma das aulas práticas de Jornalismo em que estou matriculado neste período, precisei pesquisar algum assunto sergipano digno de se tornar notícia. Lembrei que, graças a uma proposta de evento do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade em que estudo, o guitarrista Dado Villa-Lobos, nascido na Bélgica em 29 de junho de 1965, apresentar-se-á em São Cristovão - SE na noite de amanhã. Estou, desde já, ansioso para comparecer a este evento.

Ignorando-se a vinculação deste artista à cultuada banda Legião Urbana – da qual possuo traumáticas memórias de adolescência e uma benfazeja redescoberta adulta e cujo nome evoca detalhes passionais extremos e distintos – posso dizer que sua carreira solo é minimamente interessante, já tendo sido rapidamente (bem rapidamente mesmo!) aqui. Antes, porém, que eu tivesse acesso a este CD – “MTV Apresenta Jardim de Cactus – Ao Vivo” (2005) – já havia simpatizado sobremaneira com as boas trilhas sonoras de Dado Villa-Lobos e sempre fui seduzido por sua impressionante beleza física (vide fotografia acostada a esta postagem). Visando aproveitar adequadamente sua apresentação local, dediquei a noite de ontem e a manhã de hoje à audição repetida deste disco, muito fofinho, afinal de contas.

A faixa de abertura, “Dois Ouvidos”, pelo que entendi, é uma faixa instrumental que contém uma breve observação falada pelo maestro Heitor Villa-Lobos (seu tio-avô legítimo) sobre o que é o prazer musical. A canção seguinte, precisamente a faixa-título do disco, conta com a colaboração da charmosa Paula Toller nos vocais e enumera com justeza e encanto as contradições da imersão de indivíduos no capitalismo dominante (“Não sabe se quer/ Não sabe o que e bom ou ruim/ Não sabe sequer/ O que você planta no seu jardim”). A terceira faixa é uma regravação de “Diamante”, composição de Nenung para a ótima banda ‘hippie’/budista gaúcha Os The Darma Lovers. Muito boa, aliás, capta bem a magia já contida na interpretação original.

Somente estas três faixas comentadas me permitiriam dizer que o disco é agradável, sim, e que o artista não é somente um rosto (e/ou corpo) bonito ou um mito do ‘rock’ nacional, mas um competente tateador do universo musical contemporâneo brasileiro. No restante do disco, aliás, destaco a bela colaboração com a voz doce de Lia Galdino em “Luz e Mistério” (faixa 7, composta por Beto Guedes & Caetano Veloso), a ingenuidade cativante da letra de “Quase Nada” (faixa 8, que prediz algo como “Os lugares são simples, paisagens tão belas, mas dentro delas nao há nem eu, sem ela”) e a pitoresca (na falta de outra palavra melhor) reutilização de “Conexão Amazônica”, contida no terceiro disco lançado pela banda que tornou o Dado Villa-Lobos famoso. No geral, “Jardim de Cactus – Ao Vivo” deixa entrever um catatau de equívocos, mas, quando acerta, cativa, de maneira que eu, com certeza, estarei presente ao tal concerto – e vou muito além de meu exercício de Jornalismo ao assumir, confessar e recomendar isto!

Wesley PC>

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