segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O AMOR, A MINHA RELIGIÃO... E MARIA!

“Olha o que foi, meu Bom José, se apaixonar pela donzela
Dentre todas, a mais bela de toda a sua Galiléia
Casar com Débora ou com Sara, meu bom José, você podia
E nada disso acontecia, mas você foi amar Maria.

Você podia simplesmente ser carpinteiro e trabalhar
Sem você ter que se exilar, nem se esconder com Maria
Meu bom José, você podia, ter muitos filhos com Maria
E teu ofício ensinar, como teu pai sempre fazia

Por que será meu bom José, que esse teu filho, pobre um dia
Andou com estranhas idéias, que fizeram Chorar Maria
Me lembro às vezes de você, meu bom José, meu pobre amigo
Que desta vida só queria ser feliz com sua Maria”


A imagem pertence ao filme “Le Révélateur” (1968, de Philippe Garrel), ao qual acabo de assistir. A letra (composta pelo egípcio Georges Moustaki e vertida em idioma do Brasil por Nara Leão) pertence à canção “José”, faixa 6 do disco “Build Up” (1970), de Rita Lee, ao qual ouvi muito na semana passada. Somadas imagem e letra, película e canção, vejo-me diante de uma experiência epifânico-religiosa potentíssima, em que o amor a Deus e o amor carnal pelo próximo assumem-se como mui similares, ambos coadunados à necessidade de fuga, causada única e simplesmente por aqueles que não entendem quão belos são os sentimentos que nascem dentro, mas que dentro não podem ficar... Sou desses que amam!

Wesley PC>

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