quinta-feira, 5 de agosto de 2010

NEVOU EM SANTA CATARINA, RAFAEL MAURÍCIO TEM AGORA 21 ANOS!

Antes de vir para o trabalho na tarde de hoje, vi uma cobertura noticiosa deveras espalhafatosa, por parte de um telejornal da Rede Globo de Televisão, sobre um fenômeno de queda de neve no Estado de Santa Catarina. A euforia dos “adultos que brincavam que nem crianças na neve” me fez lembrar do filme sulista “Os Famosos e os Duendes da Morte” (2010, de Esmir Filho), que eu odiei, mas que várias pessoas queridas disseram que parece comigo. Parece? Em meu apogeu depressivo, quiçá, mas não apreciei esta semelhança.

Se o roteiro do filme concentrasse-se na alega tristeza (sem causa) dos protagonistas, ótimo, assumiria a semelhança, mas o pretensioso do Esmir Filho estraga o que o filme poderia ter de positivamente “pimba” com experimentações ridículas, de péssimo aproveitamento estético. Ou seja, em meio à ladainha anglofílica do choroso protagonista, o filme satura-nos com postagem de YouTube em que um falecido interesse romântico feminino do personagem principal reaparece na tela com um fantasma convidativo do suicídio... Nem precisava.

Observação sobre quem é o tal do Esmir Filho: apesar de ele ser um gauchinho bonito, ele é conhecido no universo adolescente graças a diversos curtas-metragens largamente divulgados na Internet, como o tolo “Vibra Call” (2006, sobre lésbicas que se masturbam com telefones celulares em plena sala de aula), o hiperestimado “Tapa na Pantera” (2006, co-dirigido por Rafael Gomes e Mariana Bastos, sobre uma maconheira muito simpática e truqueira) e o potencialmente interessante “Saliva” (2007, sobre uma guria loica para beijar na boca). Pelos curtas, este diretor não entraria em minha lista de “observáveis”. Pelo longa-metragem de estréia, muito menos. Mas, pela influência que ele vem gozando entre meus amigos, tive que reconsiderar minha ojeriza. Mas que o filme enerva, enerva muito...

Além de possuir uma das piores cenas de masturbação (no chuveiro) que já vi no Cinema, este filme adota uma ridícula e inconveniente (e também fantasiosa?) reconciliação entre mãe e filho que prejudica a dimensão psicológica até então criada, mas restaura um mínimo de dignidade àquelas pessoas. Conclusão: se formos muito tolerantes, sempre há o que se aproveitar de qualquer dita obra de arte.

Por que escrevi tudo isto agora? Porque, em conversa cibernética com o aniversariante de ontem, este me confessou que sentia vontade de ver este filme, mesmo crente de que não gostaria do mesmo. Fiquei encantado ao saber disso, pois denota que ele enfrenta insatisfações aparentes, devidas muitas vezes a maus julgamentos de expectativas alheias. Este é, portanto, um belo indício de que o pós-aniversariante em pauta faz bom uso de sua maturação etária. Resta-me parabenizá-lo, já que não o havia feito até então.

Parabéns, Rafael Maurício, e boa sorte!

Wesley PC>

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