terça-feira, 10 de agosto de 2010

ARROTAR ESPERMA É UM ATO POLÍTICO!

Às 16h da tarde de hoje, no trabalho, eu arrotei esperma. Repito: no meio de uma eructação, senti o gosto precioso de sêmen em minha garganta. Obviamente, tal reprodução gustativa não é gratuita: ontem á noite eu submeti-me à audiência de um mau filme de suspense adolescente que estava a ser exibido na TV aberta e, após a sessão, fui agraciado com mais algumas gotas do colóide sacro que auxilia sobremaneira na minha sobrevivência humorística. Este ato para-sexual e gustativo carece de uma explicação política adicional, entretanto.

Ei-la: como todos sabem, vivo em processo passional-obsessivo contínuo e, como tal, não seria de bom tom confessar atividades eróticas envolvendo outras pessoas. Entretanto, é igualmente sabido que, quando apaixono-me fervorosamente, um rigor idiossincrático bastante característico leva-me a encetar declarações de amor “da cintura para cima”, que são, portanto, complementares às demais. Digo mais: existem algumas pessoas que, até então, comportaram-se como retroalimentadores perenes do bem-estar supracitado, sendo que uma delas parecia enfezada durante o processo ejaculatório de ontem. Precisei pensar sobre o que eu havia feito...

1 - Não é difícil imaginar que sou deveras insistente quando estou diante de um processo de insistência possível de usufruto erotógeno, o que pode muito bem irritar alguns de meus interlocutores felacionais; 2 – “sexo pelo sexo” é algo que não me orgulho de empreender, de maneira que sempre tento dotar a relação erótica com algum questionamento de ordem cultural e/ou política. No caso de ontem, o filme “Paranóia” (2007, de D.J. Caruso) foi visto por mim, finalmente. Tinha vontade de vê-lo faz tempo, mesmo suspeitando que era ruim. Pior: mesmo tendo certeza de que era um filme ruim, gostei dele durante mais da metade da projeção, o que era veementemente contestado por me interlocutor, ao que eu explicava: “é culpa de minha identificação com a trama. Sou ‘voyeur’”. Adendo: sou ‘voyeur’!

Despertei agoniado na manhã de hoje, sentindo que fora responsável pelo enfezamento do rapaz supramencionado. Visitei-o em dado momento da manhã de hoje e flagrei-o bebendo cerveja sozinho na sala, oportunidade ideal para conversarmos sobre alguns problemas alheios com drogas que me afligiam. Estendemos nossas observações sociais e críticas para a irritação causada por homossexuais encubados que fingem ser o que não são. Percebi homofobia defensiva no tom responsivo dele. Fiquei preocupado: precisamos conversar bem mais depois disso!

E que venham novos arrotos!

Wesley PC>

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