terça-feira, 10 de agosto de 2010

ANTES A INDIFERENÇA? – PARTE 1

Manhã de terça-feira, dia de folga. Tomei um comprimido polivitamínico – daqueles que eu suspeito que seja indutor de sono, mas cuja hipótese eu insisto em testar – e sentei-me no sofá com um prato de sopa na mão direita. Na mão esquerda, o segundo prato de biscoitos ‘cream cracker’ com margarina, queijo e banana (o conteúdo do primeiro prato, minha cadela Zhang-Ke puxou a da mesa e comeu) e um copo de café. Na tela da TV, “Os Vencidos” (1953), filme antigo de Michelangelo Antonioni sobre o qual eu nunca havia ouvido falar...

Três episódios: um francês, um italiano e um inglês. O mesmo contexto: adolescentes burgueses e entediados, que cometem assassinatos gratuitos. A mesma geração: aquela que os jornais tacharam de “geração queimada”, crianças que nasceram em meio a um contexto de guerra e encontraram violência urbana no início da juventude. Diferentes níveis de satisfação: não compactei com o clima pernóstico da terceira estória, enfadei-me um pouco com os esboços de incomunicabilidade da segunda e amei o frescor da primeira, de onde eu tirei esta imagem, no momento culminante que precede o assassinato. O assassinato...

Antes um assassinato que a indiferença?

Wesley PC>

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