terça-feira, 27 de julho de 2010

ENTREMENTES, O JORNALISMO DIVERSIONAL...


Tirei a noite de ontem para ler os textos pendentes para a minha prova de Introdução ao Jornalismo na manhã de hoje. Tinha que me familiarizar com os quatro (ou cinco, a depender do autor) gêneros jornalísticos dominantes, a saber, informativo, interpretativo, opinativo e diversional (e utilitário, a depender do autor). Os três primeiros são fáceis de identificar, mas o diversional causou problemas a pelo menos 80% da classe, visto que foi tema da última questão da prova.

Por sorte, eu acertei ao menos a definição do gênero. Motivo: gosto muito de trabalhar com os interstícios genéricos, com as fronteiras entre eles, tanto que, enquanto futuro tema monográfico, planejo trabalhar algo relacionado às imbricações entre documentário e jornalístico. Penso até em pesquisar mais detidamente sobre o estilo precioso de meu amado Jean Rouch... Planos para o futuro (se assim houver). Depois comento mais sobre eles, se puder...

Mas a razão de eu ter iniciado este texto é para comentar o feito de finalmente eu ter visto “Berlim, Sinfonia de uma Metrópole” (1927), clássico mudo de Walter Ruttmann, diretor futuramente seduzido pela ideologia nazista e morto a trabalho na II Guerra Mundial, que está na lista de quase todo mundo que se autoriza a redigir “filmes para se ver antes de morrer”. Eu esperava que o filme fosse mais agitado, visto que são óbvias as comparações com o posterior e similar “Um Homem com Uma Câmera” (1929, de Dziga Vertov), mas o tom é mais contemplativo, mais brando... Bem menos expressionista do que eu pensava e gostaria que fosse e muito mais futurista do que eu pensava e temia que fosse. O que não implica que o filme não seja menos do que genial. É! Mas... Sei lá, me faltou algo...

Se me serve de consolo, fui encantado pela subdivisão do filme em cinco atos, cada um deles registrando um período específico do dia captado pelas câmeras do cineasta, do amanhecer até a madrugada, mas suspeito que vi uma versão reduzida, dado que muitas das fotos publicitárias a que tive acesso não se mostraram na cópia apreendida. Ainda assim, é um filme que deve ser revisto e indicado a outrem. Digo mais: eis o tipo de filme que eu estudarei fortemente durante este meu novo curso universitário. Que seja bem-vindo, portanto!

Wesley PC>

2 comentários:

André disse...

E aí, como foi a prova?

Você assistiu O Anticristo do Trier? Gostou? Nunca pensou em escrever sobre? O Danilo tem uma análise que eu achei tão afiada no Cinema em Cena!

Assisti "A single man" ontem mas nem me lembrava que você tinha escrito um texto no outro blog até reconhecer a garota e o garoto na grama,rs. Li a resenha. Muito boa! Achei o filme bom pra passar o tempo e bem sutil nas críticas, isso foi legal. Foge um pouco da coisa bélica e 'somos oprimidos' de Milk, por exemplo e de vários outros do gênero.

Pseudokane3 disse...

A prova foi! (ponto)

Já vi e já escrevi algo sobre este filme irregular do Lars von Trier por aí...

E eu prefiro a linha "somos oprimidos" mesmo! Deixar o tempo passar quando envolve quetões de militância é algo deveras perigoso!

WPC>