sábado, 19 de junho de 2010

“TUDO É ESPETÁCULO!” (VERSÃO 19 DE JUNHO)

Assim diz o Guy Debord! Quem sou eu para dizer o contrário?

Na tarde de hoje, tossindo feito um condenado que eu estava, encasquetei de ir ao cinema, ver o filme novo do Roman Polanski. Vesti um casaco por sobre o outro e saí de casa, às 15h. Como ambos os casacos superpostos eram quadriculados, meus vizinhos começaram a interrogar: “vais para o forró, Wesley? Todo junino deste jeito...” Dei de ombros. Estava com frio, com febre, com vontade de ver o filme. Segui caminhando, em direção ao ponto de ônibus. O telefone apitava. Uma mensagem. Outra. Mais outra. Ao final, eram cinco, da mesma pessoa, costurando uma mesma denúncia. Li. Reli. Subi no ônibus, ainda em calafrios. Estava com febre. Meia-hora depois, estava no Terminal D.I.A. 15 minutos à frente, estava no ‘shopping center’. Comprei o meu ingresso e, impaciente até o horário da sessão, passei por lugares em que se vendiam produtos que eu não precisava. Como estava com algum dinheiro na certeira, comprei um iogurte. Marca cara e inusual, sabor pêssego. Devia ter comprado alguma das marcas baratas a que eu estava habituado: achei o iogurte doce demais. Tomei um tanto forçado. Estava com fome e com medo de ficar com vontade de mijar. Na tela, o filme tinha 128 minutos de projeção, mas parecia mais. Ótimo, tenso, me manteve em perpetuo suspense. Era como se diretor gritasse para mim: “APRENDA A LER OS SINAIS!”. Me senti positivamente agoniado: “É um mundo injusto”. Roman Polanski ainda está preso. E se fosse comigo? Tenho que ver um filme do Orson Welles pela manhã...

Wesley PC>

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