terça-feira, 8 de junho de 2010

CINTURÃOZADA NOSTÁLGICA DA MINHA INFÂNCIA


Caramba! Depois que um calhamaço austero de páginas sociológicas me expulsou de casa na noite de ontem (falo deste livro na postagem seguinte), visitei um vizinho, a fim de relaxar um pouco. Não obtive o tipo de relaxamento pretendido, em virtude de expansões temporais alheias às nossas vontades, mas descobri, afoito, que a telenovela épica “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, dirigida, entre outros, pelo exibicionista e exuberante Jayme Monjardim, entre 1991 e 1992, na extinta TV Manchete, estava sendo reapresentada pelo SBT. Gritei, meu coração palpitou de empolgação. Caramba! Esta novela marcou a minha vida! Resumo minha empolgação aqui, só por desencargo de consciência.

Empolgado que estava, não consegui falar sobre outro assunto quando cheguei ao trabalho, na manhã de hoje. A partir de então, comecei a relembrar outras telenovelas que marcaram o mais tenro estágio de minha vida. A mexicana “Ambição” (“Cunas de Lobo”, no original), exibida pelo SBT em 1992, veio à tona. Lembro que não entendia direito as reviravoltas rocambulescas da trama à época, repleta de pendengas burguesas sobre heranças e amores proibidos inter-classistas, mas eu era completamente fascinado pela vilã Catarina Creel (Maria Rubio), cujo tapa-olho ostensivo era um verdadeiro fetiche para todos nós que sentíamo-nos rejeitados por quaisquer eventualidades do destino. A cena que mostrava como ela ficou cega de um olho (numa simples brincadeira com o irmão, com quem tinha uma relação quase incestuosa) e a derradeira cena do último capítulo da telenovela (em que um garotinho é possuído por um espírito ambicioso ao usar o tapa-olho de Catarina) são surpreendentes e impressionantes e ficaram cravadas como fogo-corredor em minhas retinas mnemônicas infantis. Quantas e quantas vezes não dublei a canção de abertura da novela enquanto minha mãe queimava lixo no quintal...

“Tudo tem segredo, caminhos cheios de amor e ilusão,
vai sem medo, seguindo o que manda seu coração.

No brilho do sol, nas águas do mar,
tem um mistério que não dá pra explicar.
E a vida é assim, tem ódio e paixão,
muda o destino quando existe ambição.

Tudo tem segredo, caminhos cheios de amor e ilusão,
vai sem medo, seguindo o que manda seu coração.

No brilho do sol, nas águas do mar,
tem um mistério que não dá pra explicar.
E a vida é assim, tem ódio e paixão,
muda o destino quando existe ambiçãããããããããããõ


Putz! Depois de quase 20 anos, como é que eu lembro com tantos detalhes desta canção brega encantadora, interpretada por um talzinho inexpressivo de nome Arthur Rezende?!

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Caramba, eu assisti "Ana Raio e Zé Trovão" mas não lembro os detalhes da novela, eu era pequenininho. Lembro também da novela da mulher com um tapa olho. Época em que levantávamos do sofá pra controlar o volume ou mudar de canal, fazendo um barulhão tratratratra.

Unknown disse...

Sou fascinado por essa novela e, principalmente, pela Catarina Creel, grande vilã!

Estou assistindo à novela no Netflix e 20 anos depois tenho as mesmas sensações.

Uma dúvida: como você descobriu o nome do cantor da música da abertura brasileira da novela?

Abraço!