sábado, 5 de junho de 2010

CHANTAGEM PSIQUIÁTRICA (CAPÍTULO I)

Na tarde de hoje, minha mãe telefona-me desesperada, para comunicar-me, quase aos prantos, que suspeita que nosso cachorro Bogdanovich esteja com calazar. Fiquei tenso de imediato, mas, como ainda estava em horário de trabalho, tive que fingir que estava tudo bem. Preocupei-me com outras coisas e sorri, pois sorrir ainda não é proibido. Ou eu pensava que não era, ao menos.

As horas se passaram e, por volta das 20h30’, cheguei em casa e examinei o cãozinho. Feridas imensas cobriam seus testículos, mas estas não assemelhavam-se ao que comumente eu entendia como leishmaniose. Tentei me convencer de que é apenas uma infecção cutânea, mas vi algumas fotos dos sintomas externos desta doença e... Senti medo! As feridas têm, sim, um grau leve de semelhança com o que percebi em nosso querido Boguinho. Tremi!

A fim de não preocupar ainda mais minha mãe, vi um filme, comi algo salgado, escutei um pouco de música. Para piorar, outro problema (este de ordem mais pessoal) obsedava meus pensamentos. Tentava me concentrar no filme, sobre um caronista assassino, mas os problemas se amalgamavam em meu cérebro perturbado: de um lado, o temor que meu cãozinho venha a sentir dor; do outro, o despreparo de minha parte para lidar com erros de convívio que eu sempre alimento ao exagerar em minhas condutas servis em relação às pessoas que gosto. Entre um e outro sentimento, a agonia. Preciso acreditar que minhas suspeitas estão erradas!

Wesley PC>

2 comentários:

Debs Cruz disse...

Quais as outras suspeitas?

Pseudokane3 disse...

Estou proibido de espetacularizá-las, mas... Graças a Deus, parece que as suspeitas de calazar estão sendo dirimidas. As feridas de Boguinho estão cobertas de pus, ausente no calazar e estão assemelhadas a feridas normais... Não é tempo de relaxar ainda, mas... Ufa!

Amo os meus cães, Débora. Sou destes que os tratam como se fossem filhos - e, quando eles sentem dor, eu sinto também...

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