quarta-feira, 26 de maio de 2010

UM POUCO MAIS SOBRE “GLEE” OU DE COMO SE PERCEBE UMA LAVAGEM CEREBRAL EM PROGRESSO?

Na postagem anterior, eu teci alguns comentários ligeiros sobre o episódio mais recente do seriado que mais me empolga nos dias atuais. Caminhando para o trabalho, ouvi o reverenciado disco de estréia da diva Lady Gaga pela primeira vez em minha vida e, por mais que uma vozinha protetoral consciente ficasse repetindo lá no fundinho da minha mente (“desgoste do disco, desgoste do disco...”), duas ou três canções me fisgaram por causa dos acordes alarmistas bastante graciosos em sua verve dançante. Canções em pauta: a faixa de abertura, “Just Dance”, e a faixa 06, “Poker Face”. Ambas chamam a minha atenção por causa de seu frenesi dialogístico ou grudaram em meu subconsciente porque eu já tinha ouvido seus refrões milhares de vezes antes? Não consigo responder de imediato.

O engraçado neste percalço ‘pop’ é que, por mais que a vozinha protetoral de minha consciência fosse deveras insistente, se eu tivesse que gostar ou desgostar do disco, isso aconteceria assim mesmo. Será? Como ou quando se sabe que se está imerso num processo de lavagem cerebral ‘pop’? Se um dia eu vier a gostar desta mulher, eu posso desgostar de Novos Baianos, por compensação? Ou ambos podem conviver em harmonia, junto a Beck, Karlheinz Stockhausen, Korn e Pato Fu? Pode parecer um conjunto de questionamentos bobocas, mas eles me deixam levemente atormentado agora.

Voltando ao episódio recém-comentado, esqueci de dizer que achei de muito bom tom que a canção lenta “Speechless”, da própria Lady Gaga, estivesse sendo executada de forma incidental numa das discussões entre Kurt e Finn, gostei que o primeiro demonstrasse afeição estética pelos filmes de Josef von Sternberg e ri bastante com incrementos cômicos, como a comparação entre a troca de figurinos de Lady Gaga e a troca de parceiros sexuais de uma líder de torcida descerebrada e o comentário chistoso sobre o sapo de pelúcia de Rachel. Portanto, insisto, com todas as concessões generalistas (envolvendo, geralmente, o diretor imigrante do colégio em que eles estudam, que tem medo patológico de vampiros!), “Theatricality” é, ao menos para mim, um momento surpreendentemente perfeito de televisão estadunidense!

Wesley PC>

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