domingo, 9 de maio de 2010

NEO-FEMINISMO CONSUMISTA

Na tarde de ontem, minha cunhada mais velha ligou para minha casa reclamando de dores decorrentes de sua menstruação. Não podia se deitar e esperar a dor passar, porém, visto que ela e seu marido, meu irmão mais velho, estavam presos numa ladeira qualquer de Campinas – SP, visto que o caminhão em que eles viajavam, carregado de biscoitos, havia quebrado e o guincho público estava demorando para chegar. Minha mãe ficou logo preocupada, mas, por sorte, 5 horas depois da ligação, meu irmão e minha cunhada estavam novamente em casa. Foram dormir com fome, pois não havia o que comer na casa, mas, pelo menos, a cólica dela havia abrandado...

Por algum motivo, o episódio acima me fez lembrar de uma bela cena do filme “Iran” (1971), dirigido pelo Frances Claude Lelouch, no qual uma moça retirando água de um poço é mostrada através de uma tomada aérea. Contracampo: a câmera agora está no chão, simulando o olhar da moça, que se espanta com um helicóptero. Novo contracampo: a mesma moça é agora focalizada em ‘close-up’ e, sem corte, abaixa o véu e olha algo em um telescópio, no interior de uma sala em que várias mulheres como ela praticam observação cientifica. Basta esta descrição para intuir que o filme é magnífico e que, mesmo sem pronunciar uma palavra apologética, é completamente defensor das melhorias nas condições de vida da mulher oprimida iraniana...

O que me leva a um engodo publicitário caro ao segundo domingo de maio. Diz a mídia que é dia das mães. Por quê?! De onde vem a origem desta comemoração, neste dia específico? Eu não sei, mas, em dado momento de minha tarde de domingo, recebo um telefonema no ‘shopping center’ onde estava. Era minha mãe, que pedia que eu trouxesse algo para ela. Comprei o que ela pediu: que conste dos autos que Rosane de Castro hoje foi agraciada com um pote de alvejante de roupas em pó!

Wesley PC>

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